A palavra Laurissilva deriva do latim Laurus (loureiro, lauráceas) e Silva (floresta, bosque).
Laurissilva é o nome dado a um tipo de floresta, composta maioritariamente por plantas da família das lauráceas e endémicas da Macaronésia ( do grego “ilhas afortunadas”), região formada pelos arquipélagos da Madeira, Açores , Canárias e Cabo Verde.
A Laurissilva remonta à era terciária. Muitas espécies chegaram a ocupar grandes extensões no sul da Europa, mas devido às alterações climáticas acabaram por ter como último refúgio as regiões insulares, onde, devido à menor flutuação climática proporcionada pelo efeito amenizador do Oceano Atlântico, conseguiram sobreviver e até mesmo prosperar.
A Floresta da Laurissilva encontra-se nas terras altas do norte da ilha da Madeira, de relevo e acesso difícil, clima frio e húmido (devido à exposição dos ventos predominantes de nordeste- os alíseos). Ocupa o equivalente a 20% da área total da ilha.
Na Laurissilva encontramos o til (Ocotea foetens), o loureiro (Laurus novocanariensis), o vinhático (Persea indica) e o barbuzano (Apollonias barbujana).
TIL
A madeira, quando recentemente cortada tem um cheiro forte e desagradável.
LOUREIRO
A sua madeira é inferior à das outras lauráceas.
Na ilha da Madeira, o óleo obtido da baga do loureiro endémico é conhecido por possuir propriedades anti-inflamatórias, sendo utilizado localmente como remédio caseiro para diversas maleitas, podendo cada litro atingir preços de mercado elevadíssimos.
Os seus galhos são também utilizados para espetar a carne de vaca nas famosas “espetadas” e as folhas como tempero de comida.
Também é a madeira preferida para fazerem colheres de pau e o pau da poncha ( a bebida mais tradicional da Madeira)
A planta é conhecida desde a Grécia antiga, onde as coroas feitas de folhas de louro eram entregues aos vencedores de competições como símbolo de vitória. Daí a expressão "louros da vitória".
BARBUZANO
A sua madeira é muito pesada e dura, difícil de trabalhar.
VINHÁTICO
Ao longo dos tempos a madeira de vinhático, de cor amarelada ou rosada, foi muito valorizada. Conhecida como mogno da Madeira, foi muito utilizada em marcenaria. Uma mobília de vinhático era uma mais valia. A casca foi utilizada para curtir peles.
Também fazem parte da Laurissilva cerca de 66 espécies diferentes de árvores e arbustos, como perados, folhados, sabugueiros, pau branco, musgos e fungos
A floresta é essencial para a sobrevivência dos Madeirenses: além da beleza que proporciona e das raras espécies botânicas que abriga, garante o abastecimento de água aos centros urbanos e irrigação dos campos agrícolas.
A partir da segunda metade do século XX, as águas, transportadas por extensas "levadas" (canais de irrigação), passaram a produzir energia nas centrais hidroelétricas.
Laurissilva foi o tema de uma belíssima exposição de pintura de Pedro Vaz na Galeria 111 em Lisboa, em Abril deste ano.
Referências:
Augusto da Silva, F e C. Azevedo de Meneses. Elucidário Madeirense Vol II. Secretaria Regional de Turismo e Cultura. Funchal 1998.
Quintal, Raimundo. Madeira. The Discovery of the Island by Car and on Foot. AAPEF, 2005
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