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segunda-feira, 2 de maio de 2022

George Sand- Um Inverno em Maiorca


Um Inverno em Maiorca é a digressão por Maiorca da autora francesa  George Sand, cujo nome verdadeiro era Amantine-Lucile-Aurore Dudevant, (conhecida por Aurore) com os seus dois filhos Solange e Maurice e o compositor Chopin, durante o inverno de 1938-39.

A escolha da ilha deveu-se ao facto de estarem convencidos que um clima menos frio faria bem aos problemas de saúde do compositor. Mas enganaram-se. Foram viver junto às montanhas e Valdemossa tem o inverno mais frio da ilha.

A sua visão é arrogante, comparando a arquitetura, costumes e alimentação de Maiorca  com a França.

Creio que por não terem sido bem recebidos na ilha (o turismo em massa com todas as suas consequências não chegara ainda às Baleares...nem a lado nenhum...) devido aos preconceitos existentes: a escritora teve uma vida amorosa complexa e agitada, tinha hábitos pouco comuns na sua maneira de vestir e ainda por cima  fumava em público. Também o terem de abandonar a casa onde viviam, quando um médico diagnosticou Chopin com tuberculose e havia o medo de ser contagioso contou para a sua visão tão negativa da ilha e dos seus habitantes, que a autora  chama de «macacos».

Todavia, sem grande empenho refere que em Palma os principais edificios são:


a catedral

La Lonja


Palácio de Almudaina


Câmara Municipal


Dedica algumas páginas à mansão do conde de Montenegro (Raixa)





O desenho do seu filho Maurice sobre o jardim da cela, permitiu identificar onde estiveram instalados.

Muitas vezes fechei o livro, farta de tanto chauvinismo francês de George Sand e também porque estive doente, mas o final não deixa dúvidas...«Viva a França! Sentimos como se tivessemos atravessado o mundo para regressar à civilização, deixando os selvagens da Polinésia para trás» (pag 220).

Hoje em dia, a sua vida sentimental variada ter-lhe-ia dado celebridade, se fosse, como na altura, escritora conhecida e bem relacionada no meio literário, mas ninguém ligaria se fumasse charuto  e, na época do unisexo, ainda menos  se se vestisse "à homem"; porém, o seu final com "Vive la France" para denegrir os habitantes locais seria imperdoável, aliás como alguém que parecia ser sensível às tendências, muito provavelmente escreveria algo paternalista....Reconheça-se, no entanto, que os maiorquinos não se importam e o Convento da Cartuxa em Valledemossa ainda menos, pois ganham dinheiro a vender o livro da companheira de Chopin.

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