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domingo, 3 de setembro de 2023

O Palácio Nacional da Ajuda

Mandado construir, em finais do século XVIII, para ser o grande Palácio dos monarcas portugueses em Lisboa, foi só com o rei D. Luís I que passou a ser uma residência real, com uma ocupação permanente de 1862 até ao final da monarquia, em 1910.


O Príncipe Regente, o futuro Rei D. João VI, lançou a 1ª Pedra, em 1795.

Foi no Palácio que se reuniu o Conselho de Estado, que decidiu a mudança da Corte e da Família Real para o Brasil, por ocasião da primeira invasão de Portugal pelo exército de Napoleão, em 1807.

D. Pedro com a primeira mulher, D. Leopoldina de Habsburgo (esquerda) e D. Amélia Leuchtenberg, segunda mulher (direita)






D. Pedro IV jurou a Carta Constitucional na Sala do Trono, enquanto regente da filha, D. Maria II.







Durante os reinados de D. Maria II e D. Pedro V, o Palácio foi apenas utilizado para cerimónias oficiais.





Os retratos de D. Pedro V e D. Estefânia estão na Sala das Senhoras do Corpo Diplomático.




Com o casamento de D. Luís e D. Maria Pia, (na fotografia vè-se uma escultura de D. Carlos ainda bébé) o casal ficou a viver permanentemente na Ajuda, onde nasceram os dois filhos, o futuro rei D. Carlos e D. Afonso. Após a morte do marido, D. Maria Pia, que realizou grandes mudanças na decoração do palácio, ficou a viver na Ajuda com o filho mais novo. 
Depois do casamento de D. Carlos com D. Amélia de Orléans, o casal ficou a viver no Palácio de Belém, mudando-se depois para o das Necessidades, depois de D. Carlos ser aclamado rei, em 1889.


Em 1910 a Rainha D. Maria Pia partiu para o exílio em Itália, onde morreu no ano seguinte no palácio de Stupinigi, colocado à sua disposição pelo Rei Victor Emanuel III, seu sobrinho.



O Rei Humberto I, de Itália, assassinado em 1900, era irmão de D. Maria Pia.









Gostei muito desta visita. O Palácio da Ajuda é sem dúvida o museu que mais vezes visitei. Gosto sempre de regressar e recordar. Foi pena a sala de jantar familiar não estar aberta nem a galeria de D. Luís, onde gostaria de ter visto a tela encomendada por D. Luís I ao pintor Enrico Gamba, representando o desembarque, em 1521, da Infanta D. Beatriz, filha de D. Manuel I de Portugal, no porto de Villefranche de Nice, quando casou com Carlos II, duque de Sabóia. Sem dúvida um quadro com grande simbolismo para mostrar as relações históricas entre Portugal e Sabóia, que remontam ao século XII, quando D. Afonso Henriques casou com Mafalda de Sabóia, sete séculos antes do casamento de D. Luís com D. Maria Pia de Sabóia.


Enrico Gamba. D. Beatriz a desembarcar em Villefranche de Nice (screenshot)

Achei que algumas salas do piso de entrada necessitam de intervenção rápida, nos móveis, portas e paredes, mas apreciei o trabalho feito na sala D. João IV, no andar da Sala de Banquetes e do Trono, com o patrocinio de bancos portugueses.



No final da visita gostei da exposição e instalação de Paulo Cardoso.


Porque será que D. Catarina de Bragança está numa sala tão escura e sem qualquer informação, que só depois de tirar uma foto (sem flash) reparei que era mesmo ela? Merecia melhor destino e também maior prestígio ao que gozou em Inglaterra...


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