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sábado, 21 de junho de 2025

As fotos servem para recordar


Hoje acordei a pensar se o meu neto terá gostado da atividade na escola, onde ele e a turma iam passar a noite.  O seu irmão anda na mesma escola. E todas as iniciativas escolares, que já assisti ao vivo, ou vejo videos são muito bem organizadas. Portanto, espero que guarde boas recordações desta.


O que me chamou logo à atenção foi o enorme saco cama que levava... pertencia ao meu marido. 
Veio-me à memória o verão de 1981...




Fizemos um interrail juntos, só na Grã-Bretanha. Estivemos em Londres, Cambridge, Stratford upon Avon, Cromer, onde vimos os Red Arrows ao vivo, York, Lake District e Edimburgo. Até tirámos uma fotografia com um escocês, nunca imaginando que teríamos um neto nascido na Escócia.
 

Cambridge
A conversa foi tão animada num pub com um professor, que até nos convidou para irmos a sua casa...



Londres


Edimburgo


Cromer

As fotografias são de má qualidade, mas têm uma particularidade interessante. Foram reveladas num Boots e quando as fomos buscar não eram as nossas, mas as de um casal que não conhecíamos. Pedimos a um amigo que tratasse com a "famácia" da troca e passado um mês recebemos as nossas fotos no correio em Portugal (anos depois, nos EUA, também revelávamos as fotos numa farmácia - CVS)

Dizem que recordar o passado é prova da velhice. Por enquanto lembro-me tanto do que fiz a semana passada como em 1981. E depois partilhar a nossa memória com os netos é um passo para a nossa "eternidade"...

PS: Sim, N, o saco é mais velho do que tu. Em 1990 já estava arrumado e nós na Turquia...




quinta-feira, 19 de junho de 2025

Farah Pahlavi

 

Farah Diba foi a última xabanu do Irão (de 1959 a 1979). O xá casou três vezes: com Fawzia Fuad do Egito (1941-1948), Soraya Esfandiary-Bakhtiari (1951-1958), conhecida por princesa dos olhos tristes, que teve de se divorciar do xá por não conseguir dar-lhe um filho e por último Farah Pahlavi, a viúva do xá Reza Pahlavi (1919-1980), que vive entre Paris e Washington DC, onde tem os seus filhos e netos.

Agora, que se tem falado tanto do Irão, fui buscar a biografia, que li há uns anos. É um testemunho das dificuldades que passou quando foi obrigada a ir para o exílio, com o marido já doente de cancro e a ver cada vez mais portas a se fecharem com medo que a presença do xá se tornasse uma ameaça para os interesses dos seus países. O Presidente Carter chegou a telefonar ao presidente Sadat do Egito para o dissuadir de receber o xá, mas não conseguiu. 




 O xá morreu no Egito e quando visitei o país mostraram-me o seu túmulo

Encontrei o episódio sobre os Açores, que recordava ainda, quando viajavam de avião entre a ilha Contadora, no Panamá e o Egito e tiveram de aterrar nos Açores para abastecimento. O avião ficou na pista mais de 4 horas. Havia o perigo de terem de regressar ao Panamá. Se o xá fosse detido por autoridades dos EUA (o avião era americano e a base das Lages nos Açores estava alugada aos Estados Unidos) talvez assim conseguissem a libertação dos reféns americanos, então presos na embaixada norte-americana em Teerão, pois fanáticos iranianos tinham invadido e ocupado aquelas instalações diplomáticas violando as convenções internacionais. 


pag 368.

Uma breve consulta indica que o Ministro era Freitas do Amaral e o Embaixador Vasco Futscher Pereira

Tenho visto alguns videos do filho do xá, um dos quais recentemente. Todavia, não tenho conhecimento de qualquer país, onde a monarquia depois de derrubada tivesse sido restaurada, durante o século XX e no primeiro quarto do atual. Portanto, será pouco provável o regresso da dinastia Pahlavi, pela terceira vez, ao trono da Pérsia, como o Irão era conhecido no ocidente.

quarta-feira, 18 de junho de 2025

A Tília

Em 2013 li o livro de Bagão Félix Trinta Árvores em discurso directo. Gostei muito e fiz um post baseado no livro sobre o eucalipto.

Agora comprei uma versão atualizada: Quarenta Árvores em discurso directo e comecei pela tília, uma árvore de que gosto muito.



No castelo de Bojnice, na Eslováquia existe uma tília do século XIV, que pode ainda ser admirada hoje em dia, onde se diz que o rei Matias Corvino gostava de se sentar à sua sombra. Diz-se até ter assinado muitos documentos por baixo dessa árvore,

Vivi na Eslováquia, antes de me reformar. Foi um período dificil por causa da pandemia. Há pessoas que praticamente só conheci de máscara, mas cheguei a fazer um post sobre a tília, a árvore nacional daquele país.

Onde moro em Portugal, no concelho de Oeiras e perto do Estádio Nacional, há muitas tílias, que nesta altura enchem o ar com um aroma bem agradável.


Grande tília na alameda de tílias na praceta onde moro






Gosto muito de passear a pé nesta altura. Depois da minha praceta decorada com tílias, sigo em frente, encontro 3 bonitos jacarandás (sobre os quais irei ler a seguir) e, depois, chegamos ao jardim das Tílias, com uma placa, recordando a sua inauguração em 1997. 



Hoje reparei que a seguir, onde se encontram uns prédios de que não gosto, estão já em flor as hortensias, que de ano para ano se tornam mais bonitas e alegram aquele espaço.
Devo dizer que tenho uma grande frustração relativamente a estas flores, pois quando vim para Portugal, a empresa de mudanças da Eslováquia esqueceu-se de as meter no camião. 

Apesar do seguro me ter indemnizado, pelo valor que escrevi no inventário, gostaria muito mais de as ter... é que nos 3 anos que lá vivi cresceram tanto e estavam mesmo  adaptadas no grande vaso...


No livro menciona-se a grande avenida de Berlim, que termina junto ao hotel Adlon e às Portas de Brandemburgo: Unter den Linden, que como o nome indica está ladeada de tílias. Durante o inverno não são tão bonitas, ficando despidas de folhas.


Uma curiosidade: o taxonomista e botânico sueco Karl von Linnaeus, mais conhecido por Lineu, deve o seu nome à tília, senão vejamos: o seu pai para entrar na universidade não possuía qualquer título nobre, à semelhança da maioria dos alunos (ver origem de snob). Ocorreu~lhe utilizar o nome de uma quinta de tílias, que possuía, numa versão mais "aristocrática" em latim (de Linnaeus)... (pag 282)






No final, o capítulo sobre a tília deixa-nos com um bonito poema...

 Voz da Tília

Diz-me a tília a cantar: "Eu sou sincera,
Eu sou isto que vês: o sonho, a graça,
Deu ao meu corpo, o vento, quando passa,
Este ar escultural de bayadera...

E de manhã o sol é uma cratera,
Uma serpente de oiro que me enlaça...
Trago nas mãos as mãos da Primavera...
E é para mim que em noites de desgraça

Toca o vento Mozart, triste e solene,
E à minha alma vibrante, posta a nu,
Diz a chuva sonetos de Verlaine..."

E, ao ver-me triste, a tília murmurou:
"Já fui um dia poeta como tu...
Ainda hás-de ser tília como eu sou..."

Florbela Espanca, in António Bagão Félix
  Quarenta Árvores pag 284


Quem quer "chá" de tília antes de se deitar? 



terça-feira, 17 de junho de 2025

Foi há 25 anos

Recordando o verão de 2000...quando vivia nos EUA 



Inauguração de 2 botes baleeiros construídos em New Bedford por artesãos açorianos.
Exposição de aguarelas de S. Rocha sobre os botes, no Consulado de Portugal.

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Visita ao navio escola Sagres em Newport. Lembro-me de comer o melhor peixe ao sal de sempre. Era enorme...


O meu marido com o Dr Luciano Silva, autor do livro Cristovão Colombo era Português e fundador do museu da Pedra de Dighton em Taunton.Um dos filmes de Manoel de Oliveira foi baseado naquele livro

A caminho da inauguração da Feira do Dia de Portugal
 em Acushnet Avenue, New Bedford, com o Mayor e o meu marido


10 junho

Sala Camões do Consulado de Portugal em New Bedford 






Exposição de Arte Açoriana no Museu da Baleia:

A Window on the Azores

Domingos Rebelo (1891-1975). Os emigrantes
Homenagem de Tomás Vieira (1938-) Os retornados




Ficou pronto o biombo que fiz para a cozinha em ponto de cruz com motivos náuticos.







Primeira viagem em carro anfíbio em Boston, semelhante aos Hippotrip em Lisboa..


Em Harvard



Passámos férias nos estados vizinhos: Maine, New Hampshire, Rhode Island

Finalmente a sentir-me em casa. Chegaram as nossas coisas de Portugal e os sofás e maples que comprámos lá (e ainda os temos).




quinta-feira, 12 de junho de 2025

Dia de Santo António

 

Josefa de Òbidos. O Menino Jesus, Santo António e Santa Catarina. 1676
Mosteiro S. Vicente de Fora

Igreja de Santo António, Lisboa


Igreja de Santo António, Lisboa 2025


S. Vicente de Fora 2009 e 2025
Capela de Santo António. S. Vicente de Fora.
Pensa-se que a capela corresponde ao local da cela de Santo António quando viveu neste mosteiro



Coimbra 2018 e 2025




Santo António a pregar aos peixes




Assis, 2014





Apesar de Santo António ser muito popular em Lisboa e o seu dia, 13 de junho, seja  feriado municipal, onde é celebrado como Santo "casamenteiro" com muitos arraiais, música, dança e sardinhas, o santo padroeiro de Lisboa é São Vicente. 
Ainda a propósito de Santo António fiquei algo surpreendida ao constatar como é venerado no centro da Europa, pois em muitas Igrejas da Eslováquia, Áustria e Hungria encontrei imagens suas com a habitual iconografia, porém como Santo António de Pádua.