A atriz Olivia de Havilland fez 101 anos a 1 de julho de 2017
Olivia de Havilland ficou conhecida pelo seu desempenho no filme As Aventuras de Robin Hood, de 1938, em parceria com Errol Flynn e E Tudo o Vento Levou de 1939. Foi uma atriz muito premiada e recebeu 2 Óscares - melhor atriz. Vive em França desde 1950. Apesar da sua sua última atuação ter sido em 1988, continua ativa: em 30 de junho de 2017, entrou com uma ação judicial contra a série Feud, pelo uso indevido da sua imagem, invasão de privacidade, enriquecimento ilícito e danos morais. (Olivia de Havilland é interpretada por Catherine Zeta-Jones). Apesar da sua idade continua linda.
A minha amiga S. fez 95 anos em maio e continua muito jovem de espírito. Anda sempre impecavelmente vestida, ainda assiste a reuniões de negócios e joga bridge. Só tem algumas dificuldades motoras. Fiquei muito sensibilizada com o almoço que deu em sua casa para se despedir de mim, pois sei que não gosta de cozinhar e só muito raramente o faz.
Acho que se tivermos um objectivo na vida, seja ele brincar com os netos, viajar, estar com os amigos, ter um trabalho empolgante e não sofrermos de nenhuma dooença podemos manter um espirito jovem por muito mais tempo. Quando era criança as pessoas da minha idade actual vestiam-se de maneira mais pesada e a partir de certa idade já não se divertiam, porque, diziam, já não tinham idade para isso e se por azar eram viúvas usavam cores escuras por muito tempo ou até para sempre.
Uma das coisas que gostei de ver nos Estados Unidos foi o facto das pessoas não pararem de viver após a reforma; ao contrário, como que recomeçavam a vida, quando se reformavam. Tinha uma vizinha que começou a ter aulas de piano e a andar de bicicleta, porque antes não tinha tempo e lembro-me ainda de uma senhora de 80 anos andar no dentista a fazer um implante total ...
Não posso dizer que me sinto igual a 10 anos atrás. As quedas que dei aqui deixaram algumas sequelas e às vezes à noite ainda me dói um pouco o braço, quando estou deitada. Também ando muito mais devagar, pois não quero que aquele episódio da queda se repita.
No entanto, passaram-se certas situações que me levaram a pensar já não ser jovem.
A primeira, foi ao pagar um presente e o homem da caixa perguntou se o cartão era para pagar só a minha compra ou também a do meu filho. È claro que não era filho nenhum a pessoa que estava ao meu lado. Tem uns bonitos cabelos brancos e 51 anos...
A segunda vez foi no dia da Madeira - um homem perguntou -me, ingenuamente, se quando eu era nova já existia fogo de artificio na Madeira, na passagem do ano. Fartei-me de rir e perguntei se me estava a chamar velha. Ficou muito embaraçado e então respondi lembrar-me sempre de haver fogo de artificio, desde criança.
A terceira vez foi há pouco tempo, quando veio a Caracas um político. Logo que me viu disse que eu parecia muito mais nova (tinha-o conhecido no ano anterior). Agradeci, o que supus ser um elogio, mas cá com os meus botôes pensei: ninguém fala da idade com aquele tipo de conversa, se não mostrarmos sinais da passagem do tempo...e depois, tratou-se de um comentário tonto de alguém que mal conhecemos...
Estes "elogios" fazem-me sempre lembrar um advogado americano, cujo escritório era no mesmo prédio, onde trabalhava o meu marido, pois um dia ao ver-me com a minha filha disse que parecíamos irmãs. Eu até achei graça, mas a minha filha mostrou depois um ar antipático e ao perguntar-lhe o que se passava, disse-me: "olha, ele não vê que está a ser indelicado comigo, pareço uma mulher com quase 50 anos?"
E julgo que a minha sogra tem toda a razão, ao dizer que culpamos o tempo, mais frio ou mais calor, quando nos queixamos de alguma maleita, para não nos referirmos à verdadeira razão de uma qualquer dor: a idade.
No fundo, no fundo o que importa é desfrutar seja qual for a etapa da vida em que nos encontramos, até porque mais velhos quer dizer que aprendemos mais e portanto devemos saber aproveitar melhor todos os momentos, não é?
Acho que se tivermos um objectivo na vida, seja ele brincar com os netos, viajar, estar com os amigos, ter um trabalho empolgante e não sofrermos de nenhuma dooença podemos manter um espirito jovem por muito mais tempo. Quando era criança as pessoas da minha idade actual vestiam-se de maneira mais pesada e a partir de certa idade já não se divertiam, porque, diziam, já não tinham idade para isso e se por azar eram viúvas usavam cores escuras por muito tempo ou até para sempre.
Uma das coisas que gostei de ver nos Estados Unidos foi o facto das pessoas não pararem de viver após a reforma; ao contrário, como que recomeçavam a vida, quando se reformavam. Tinha uma vizinha que começou a ter aulas de piano e a andar de bicicleta, porque antes não tinha tempo e lembro-me ainda de uma senhora de 80 anos andar no dentista a fazer um implante total ...
Não posso dizer que me sinto igual a 10 anos atrás. As quedas que dei aqui deixaram algumas sequelas e às vezes à noite ainda me dói um pouco o braço, quando estou deitada. Também ando muito mais devagar, pois não quero que aquele episódio da queda se repita.
No entanto, passaram-se certas situações que me levaram a pensar já não ser jovem.
A primeira, foi ao pagar um presente e o homem da caixa perguntou se o cartão era para pagar só a minha compra ou também a do meu filho. È claro que não era filho nenhum a pessoa que estava ao meu lado. Tem uns bonitos cabelos brancos e 51 anos...
A segunda vez foi no dia da Madeira - um homem perguntou -me, ingenuamente, se quando eu era nova já existia fogo de artificio na Madeira, na passagem do ano. Fartei-me de rir e perguntei se me estava a chamar velha. Ficou muito embaraçado e então respondi lembrar-me sempre de haver fogo de artificio, desde criança.
A terceira vez foi há pouco tempo, quando veio a Caracas um político. Logo que me viu disse que eu parecia muito mais nova (tinha-o conhecido no ano anterior). Agradeci, o que supus ser um elogio, mas cá com os meus botôes pensei: ninguém fala da idade com aquele tipo de conversa, se não mostrarmos sinais da passagem do tempo...e depois, tratou-se de um comentário tonto de alguém que mal conhecemos...
Estes "elogios" fazem-me sempre lembrar um advogado americano, cujo escritório era no mesmo prédio, onde trabalhava o meu marido, pois um dia ao ver-me com a minha filha disse que parecíamos irmãs. Eu até achei graça, mas a minha filha mostrou depois um ar antipático e ao perguntar-lhe o que se passava, disse-me: "olha, ele não vê que está a ser indelicado comigo, pareço uma mulher com quase 50 anos?"
E julgo que a minha sogra tem toda a razão, ao dizer que culpamos o tempo, mais frio ou mais calor, quando nos queixamos de alguma maleita, para não nos referirmos à verdadeira razão de uma qualquer dor: a idade.
No fundo, no fundo o que importa é desfrutar seja qual for a etapa da vida em que nos encontramos, até porque mais velhos quer dizer que aprendemos mais e portanto devemos saber aproveitar melhor todos os momentos, não é?
O importante é viver um dia da cada vez.
ResponderEliminarpenso que o importante é a idade do espírito...apesar da idade física por vezes faz-nos algumas surpresas menos agradáveis.
É certo que por vezes não sentimos vontade de sair, passear (pois sentimos a flata de alguém com quem fazíamos isso)...e por isso temos que procurar um novo sentido para a vida e nem sempre é fácil.