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sábado, 15 de julho de 2017

3 anos fora de Portugal

Estou a viver permanentemente fora do meu país, desde julho 2014. Durante  estes anos, a nível pessoal, houve o casamento do meu filho em 2014, em Inglaterra;




















e o casamento da minha filha em Portugal, em 2016.















Em 2015, a família aumentou com o nascimento de duas primas gémeas


Em 2017, nasceu o meu neto na Escócia.

Faz 5 meses hoje. Só o vi durante duas semanas quando só tinha 1 mês...





  o tapete que bordei para ele em ponto de Arraiolos...




Fiz algumas viagens durante estes três anos: Bogotá e Cartagena (primeiras férias para descansar logo que cheguei), CuraçaoLondres, Budapeste, Viena, Equador, México, Panamá, Cuba, Escócia, Amsterdão, Singapura, Vietname, Camboja, Tailândia, Edimburgo

As visitas à Jamaica, Guiana, Trinidad e Tobago, São Vicente e as Grenadinas, Barbados tiveram também outros objetivos, mas fiquei a conhecer estes países nas Caraíbas.

Inolvidáveis foram mesmo as férias em família à Madeira para a passagem de ano e a Canaima.




A minha ilha da Madeira continua belíssima



Chegada a Canaima










No delta do Orinoco. Tentativa falhada de fazer de Tarzan na selva








Durante este tempo fiz algumas amizades e espero manter os contactos.  Hoje em dia com emails, skype e whatsapp, é muito diferente de 1989, quando deixei Portugal para ir viver na Turquia...

Politicamente assisti no meu país à eleição de um novo presidente da república e à formação de um governo minoritário com apoios parlamentares, a quem chamam de gerigonça, enquanto aqui assisto diariamente ao desmoronamento de um regime.

A minha nora e genro foram os únicos que me acompanharam na súbida ao Ávila de teleférico. Os outros subiram de jeep, o que não é menos assustador, garanto.


Apesar da preocupação dos familiares em Portugal sobre o meu bem estar aqui devido às noticias, gostei de viver estes últimos três anos em Caracas. Aliás, quando olho para trás a minha vida desde os 19 anos, que saí da Madeira para ir estudar e viver em Lisboa tem sido um acumular de vivências em diferentes locais. Os meus filhos, por exemplo, fizeram os 12 anos de escolaridade obrigatória metade em Portugal e metade no estrangeiro. Daí nunca terem tido vontade de concorrer ao programa Erasmus. Salvo comissões de serviço curtas ou  indefinidas como foram as de Bruxelas, Cabo Verde e Guiné-Bissau, acompanhei sempre o meu marido. Talvez seja por isso, que nos nossos carros há sempre na matricula um "CD": "Ciganos Distintos"...

Caracas e as montanhas do Ávila . Vista dos belissimos jardins de Topotepuy


As belas montanhas do Ávila, que rodeiam a cidade e amenizam o clima, são de uma grande beleza.



Não regressámos, por opção, ao belo arquipélago de Los Roques, com medo de apanhar uma deceção, dada a degradação de algumas instalações hoteleiras neste país devido à falta de produtos. Mandámos fazer uma aguarela de uma fotografia, que tirámos durante a nossa primeira estada na Venezuela, de 2005 a 2008 ( com uma interrupção de 6 meses em Luanda)


Um país com grandes potencialidades para desenvolver o turismo junto à costa com areia fina e macia, tem de começar com limpezas profundas.



                                                              antes e depois


Desde a minha chegada, empenhei-me, com ajuda, é claro, a manter a casa, que é já muito antiga, bem cuidada e, no jardim, tentei melhorar o seu aspecto, vendo-me livre da maioria das ervas e plantas invasivas.

As pessoas são simpáticas e têm um espírito alegre (se assim não fosse não sei como aguentariam). Contudo, nos últimos tempos sinto uma tristeza com as noticias de mortes de tantos jovens. Além das habituais devido à violência, que é grande no país, juntam-se agora as de estudantes que se manifestam, porque querem ter um futuro melhor.
A inflação é outro problema ( quando cheguei um euro equivalia a 90 bolivares no mercado paralelo. Este mês vale mais que 9000...). O que gastamos no mercado numa semana, nunca é igual ao da semana seguinte. Já nem compro alguns produtos, como salmão, pois acho ultrajante que um quilo seja igual ao ordenado mínimo, aumentado há duas semanas.

Desejo a todos os meus sinceros votos de um futuro melhor e estou pronta a enfrentar novos desafios, nesta opção de vida de acompanhar o meu marido no estrangeiro, o que apesar de muitas vantagens, traz também muitas saudades.

Caracas 2008




Já fiz tantas mudanças... esta será apenas mais uma, com muito menos coisas do que em 2008, quando regressámos a Lisboa...







1 comentário:

  1. O teu testemunho é muito importante. As recordações que passas aqui faz-nos ver sempre algum do teu caminho.
    Desejo que sejas feliz nesta nova mudança e fazes muito bem em estar ao lado do teu marido...Já diz o povo na sua sabedoria: «Atrás de um homem está sempre uma grande mulher.» Tenho saudades tuas e das conversas. Beijinhos

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