E o Sol a Criar...
Recebo a paisagem
que sabe bem como as uvas
ao meio dia de verão.
Conservo-a na mão e nos olhos.
Reparto-a.
Aqui somos todos
cachos de desejo atento
a possuir a tranquilidade do dia.
No corpo não há fronteiras
nem intuito de saque ou de guerra.
No pensamento libertado
eu era chuva a cobrir os pomares
carícia de tempo
meigamente a dourar a casa e a catedral
instinto de luar a consentir um sonho interdito,
braço de pinheiro novo
a firmar o amplexo das latadas
Raiz imperceptível
a prender fortemente
ao impulso universal
a semente
de cada ser comum
que vive algures no país do mundo
Irene Lucília de Andrade
Ilha 2. Madeira,Setembro 1979
Sem comentários:
Enviar um comentário