Na mitologia do Egito os obeliscos representavam o deus do sol Rá, constituindo um importante símbolo religioso. Eram colocados aos pares à entrada dos templos .
Karnak, Egito, 2018
Transportar da terra dos Faraós e exibir um obelisco tornou-se um hábito romano, depois da conquista do Egito por Augusto, em 30 AC. Começaram a chegar e revelavam-se uma lembrança poderosa, que os romanos tinham subjugado a mais antiga civilização do mundo. O próprio transporte e o erguer destas enormes pedras talhadas significavam determinação e provavam grande capacidade de engenharia.
No entanto, com a queda do Império Romano os obeliscos foram negligenciados, acabando muitos por cair. No século XVI, porém e com o Papa Sisto V começaram a ser reerguidos, transformados em monumentos cristãos, significando o triunfo da Igreja sobre o Império romano pagão, reação ao trauma da Reforma e ao consequente crescimento do Protestantismo, assim como demonstrar que Roma ainda era a Cidade Eterna.
Quando Napoleão conquistou a Itália e sugeriu um projeto de plantação de árvores foi rejeitado pelo escultor Antonio Canova que lhe disse simplesmente que "em Roma não se plantam árvores, mas sim obeliscos" (O obelisco do elefante foi encontrado soterrado nos jardins da igreja, no adro da qual hoje em dia está colocado).
O maior obelisco egípcio em Roma, com cerca de 32m de altura, situa-se na praça junto à Basílica de S. João de Latrão, mas o mais conhecido é o que fica na Praça de S. Pedro, trazido para Roma por Calígula, no século IV.
Obelisco junto à Basílica de S. João de Latrão
Obelisco da Praça de S. Pedro
A assinalar a antiga entrada de Roma, junto à porta da cidade fica o obelisco da Piazza del Popolo.
Obelisco da Piazza Navona
O obelisco do Elefantino, junto à única igreja gótica de Roma: Santa Maria Sopra Minerva é talvez o mais pequeno, mas o mais encantador, colocado por cima da estátua do elefante, uma obra que mostra que Bernini tinha também humor.
Obelisco em frente à Igreja de Trinitá dei Monti (no cimo da Scalinata)
Roma tem treze obeliscos, oito provenientes dos templos do Antigo Egito e cinco encomendados para a Roma Antiga, um número maior do que qualquer outro país, incluindo o próprio Egito.
Obelisco de Luxor na Praça da Concórdia em Paris...
2020
Este post foi inspirado no livro, The Artist and the Eternal City de Loyd Grossman, que recebi ontem.
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