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domingo, 4 de outubro de 2020

Obra inédita de Paula Rego



Só recebi a semana passada o semanário Expresso com uma edição comemorativa por ser o número 2500. Foi uma surpresa ver a capa da revista com a obra inédita de Paula Rego La Mano Muerta. Gostei de saber a história por detrás desta gravura, explicada pelo seu filho, Nick Willing:


"Quando disse à Paula Rego que o vosso tema era ‘Liberdade de Expressão’, ela imediatamente sugeriu ‘La Mano Muerta’. Isto pode não ser exatamente o que estariam à espera, mas tem uma história forte que ela considera apropriada. Em 1962, Paula fez uma gravura, no seu estúdio em Londres, contra os regimes fascistas de Franco e de Salazar. Depois, trouxe a gravura para Portugal para imprimir, mas foi avisada que o SNI a estava a vigiar por causa de outras pinturas e desenhos anti-Salazar que ela tentara expor. Quando soube que poderiam ir ao estúdio na Ericeira, ela escondeu a chapa na casa dos pais, no Estoril. Tanto quanto ela se lembra, nunca foram feitas provas dessa chapa, tendo esta desaparecido. Há algumas semanas, estive no Estoril a arrumar algum material e deparei-me com um velho embrulho perdido na garagem. Era uma chapa de gravura antiga (imagem à direita), enferrujada e cheia de marcas. Trouxe-a de volta para o Reino Unido e pedi a Mike Taylor, da Pauper’s Press, para a restaurar. O resultado é a gravura ‘La Mano Muerta’ — ‘A Mão Morta do Fascismo’ (imagem em cima). Nunca foi exposta... Que eu saiba, nunca foi vista até agora. O mundo mudou. Em vez de a esconder com medo da prisão ou da tortura, Paula quer agora mostrá-la como símbolo de desafio contra o fascismo.”

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