Hoje fui jantar à Residência da Embaixada da Índia. O traje era informal e o objetivo era juntar um grupo de pessoas num ambiente amigo.
A casa é grande e tem uma bela casa de jantar. Disseram-me que os anteriores donos eram ingleses, os quais deixaram muita mobília quando venderam a casa ao governo indiano. De facto, a casa de jantar tem um belo sideboard Georgeano e cadeiras Hepplewhite. A mesa estava posta como se fosse um jantar mais formal com toalha de linho branco bordada e ementas impressas. Desde as minhas últimas idas ao Reino Unido e, recentemente, ao oriente tenho experimentado muita comida indiana e gosto muito.
A conversa muito informal foi simpática e variada, pois reuniu pessoas da Alemanha, Sibéria, São Salvador, Síria, Malásia e Japão. Normalmente nestes jantares fala-se de tudo e de nada. No meu lado, além de ter "ensinado" os básicos de bridge a uma senhora, que vai ver na próxima segunda-feira como é o jogo, falámos da minha há muito projectada viagem no Transiberiano de Moscovo à China. Fiquei então a saber da existência de outra rota até à Coreia e depois barco para o Japão... Achei engraçado o malaio me ter perguntado de onde era a blusa que tinha vestida. Respondi-lhe ser seda tailandesa. Observou-me que não conhecia esse tipo de batik, porque tanto a Malásia como a Indonésia têm batiks semelhantes e debatem qual foi o primeiro a criá-los. Uma senhora de São Salvador disse-me que a minha pronúncia em espanhol a fascinava, pois fazia-a lembrar a mulher do presidente deles, que por ser brasileira, falava assim como eu. Não foi um elogio, pois só sei falar portunhol, mas simpático. O japonês, ao meu lado, é que estava intrigado como eu me fazia entender tão bem e dizer que não falava a língua..(só percebia inglês- o jantar foi uma mistura de línguas) Falou pouco, mas como todos os japoneses que conheço não se esqueceu de dizer que os portugueses foram os primeiros europeus a chegar ao Japão. Gostava muito de números e perguntou.me quantos portugueses viviam neste país e no vizinho Brasil...Sou péssima em números e dizia-lhe "são muitos, milhares".
Ao longe ouvia o meu marido a falar de História. Quem já o conhece sabe que é dos seus temas favoritos. Mas tanto ele como eu tivemos uma conversa em comum: dar a notícia discretamente e com orgulho do nascimento do nosso neto Charlie, mostrando uma foto do telemóvel...
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