O castelo de Trenčín é o terceiro maior castelo da Eslováquia e foi construído para proteger o vale do rio Váh, o maior rio deste país. Fica na parte ocidental a uma distância de cerca de 130 km da capital.
No século XI já existia um castelo de pedra com uma monumental torre de vigilância, que foi substituída por outra, no século XIII.
No século XVI, o castelo teve obras importantes de renovação e expandiu a sua área de proteção com a construção de uma fortificação melhor armada, graças à qual os otomanos nunca conseguiram conquistá-lo, apesar de várias vezes terem feito incursões na região. Há provas arqueológicas, que demonstram que a área era habitada permanentemente na Idade do Bronze e encontrou-se uma pedra gravada na rocha, glorificando a vitória do Imperador Marco Aurélio contra tribos germânicas, no ano 179 AD, testemunhando assim que o território do castelo de Trenčín já constituía uma zona estratégica importante no tempo do Império Romano.
Cópia da inscrição que se encontra numa rocha do castelo
A visita ao castelo começa perto do poço, onde se conta a lenda romântica do amor de Omar e Fátima.
O paxá Omar tinha-se apaixonado por Fátima, ali prisioneira do riquíssimo homem de negócios húngaro Stefan Zápoľský. Para conseguir libertá-la tinha de cumprir um grande desafio: encontrar água no interior das muralhas. Com a ajuda de 300 homens cavaram bem fundo e, após três anos, encontraram finalmente àgua e Omar saiu do castelo com a sua amada dizendo: "Zápoľský, tens água, mas não tens coração". A realidade é um pouco diferente: foram os habitantes de Trenčín que cavaram o poço na rocha, encontrando água a cerca de 80 m de profundidade, após 40 anos de trabalho (1526-1570).
Interessantes estas lendas relacionadas com o árduo trabalho de encontrar água, um bem precioso. Na Roménia, no Castelo de Corvin, conta-se uma lenda semelhante, só que não tem um final feliz para os pobres cavadores...
A visita que fizemos foi acompanhada por dois diretores do castelo e museu, os quais no final ainda nos ofereceram livros. Uma simpática guia deu a explicação em inglês. Levava um enorme chaveiro e admirei-me por nunca se enganar ao abrir cada uma das portas. Após mais de duas horas a andar, disse-lhe que não iria conseguir subir à torre com mais de oitenta degraus.
Fiquei com pena do ar dececionado do meu marido que estava pronto para a escalada, mas resolveu apoiar a decisão. Creio que nunca visitei um castelo com tanto pormenor, vendo até as câmaras subterrâneas...
Porta original do século XVI
O freco mais antigo, do século XVI
Foi uma visita muito interessante e a primeira que fizemos de carro e para fora de Bratislava. No regresso parámos em Piešťany e ainda passámos pelas ruinas do castelo de Beckov.
Qualquer dia vou atrever-me a conduzir. A estrada é ótima e o caminho bem assinalado. Tenho é sempre receio que aconteça algum imprevisto ao carro e ninguém me entenda...
Herman Kasriel. Trenčín (1930)
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