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domingo, 10 de outubro de 2021

Dubrovnik



Vista de Dubrovnik do cimo do monte São Sérgio.

Dubrovnik é uma cidade croata, cuja parte antiga está rodeada de muralhas e fortificações, no sopé do monte de São Sérgio. Desde 1979 que está classificada como Património Mundial pela UNESCO.


As muralhas, o principal ex-libris de Dubrovnik, estendem-se ao longo de 2 km cercando e protegendo a cidade. A sua altura chega aos 25 metros nas partes mais elevadas e a espessura varia entre quatro e seis metros. Constituem testemunho da conturbada História do Mediterrâneo. 


Reprodução de aguarela de Antonia Ruskocic Radonic









Minčeta é a torre mais imponente da cidade antiga, situada na parte norte das muralhas. O seu aspeto atual data de 1464. É dos melhores locais para se tirar fotografias.









O sistema de bastiões, torres circulares, fortificações, foi complementado por duas fortalezas: a de Revelin, a leste e a de Lovrijenac, a sudoeste. Nenhuma visita a Dubrovnik fica completa sem uma volta inteira pelas muralhas para admirar os típicos telhados das casas apertadas em ruas estreitas e, claro está, a bela vista, das ilhas próximas e que depois se perde no horizonte do mar.






Fortaleza Lovrijenac — Situada no exterior da parte ocidental das muralhas, sobre um rochedo com 32 metros de altura, integrava o sistema de defesa da cidade protegendo as entradas  da cidade, tanto por mar como por terra.  A inscrição em latim, que está por cima da entrada principal, é particularmente famosa e é um dos lemas da cidade: Non bene pro toto libertas venditur auro (A liberdade não se vende nem por todo o ouro do mundo). 





Non bene pro toto libertas venditur auro


 Vista das muralhas do cimo do forte Lovrijenac

"Se procuram o paraíso na Terra, venham a Dubrovnik"
Bernard Shaw

As imponentes e bem conservadas muralhas, a arquitetura medieval, renascentista e barroca, e a paisagem fazem de Dubrovnik um destino  único no Adriático. A parte antiga é dividida ao meio pela Placa ou Stradun, o passeio público, com diversos monumentos e edifícios históricos, além de cafés, restaurantes e lojas.

As Portas da Cidade dão acesso ao interior de ruas, escadarias e becos medievais e não há ali circulação de automóveis.




Porta de Pile - entrada ocidental, é um dos extremos da Stradun. Foi construída no século XV. No cimo está uma estátua de São Brás, o padroeiro da cidade.
















Porta de acesso ao porto










Porta de Ploce é a entrada oriental,  um dos extremos da Stradun. No cimo está também uma estátua do mesmo padroeiro, São Brás.











Stradun ou Placa - é a principal artéria da cidade antiga. Tem cerca de 300 metros e une as portas de Pile e Ploce. Foi construída no século XII e pavimentada em 1468.










Fonte grande de Onofrio - obra da primeira metade do século XV do arquiteto Onofrio di Giordano della Cava, faz parte do sistema de abastecimento de água projetado por aquele arquiteto. Tem 16 lados e a sua água provém de uma nascente situada a 20 km. Situa-se junto à porta de Pile.






Fonte pequena de Onofrio - Obra da primeira metade do século XV de Petar Martinov, é contemporânea da fonte grande com o mesmo nome.








O Palácio Sponza é o melhor exemplo da arquitetura renascentista da cidade e um dos mais belos e melhor preservados. Construído entre 1516 e 1522 em estilo gótico e renascentista, pensa-se que seja muito representativo da maioria dos palácios públicos e privados de Dubrovnik, existentes antes do terramoto de 1667. O seu estilo recorda Veneza, cuja antiga república está historicamente tão ligada ao desenvovimento desta cidade, então chamada de Ragusa...






Palácio dos Reitores
Antiga residência oficial do reitor, a autoridade máxima da república, é uma construção de meados do século XV, em estilo gótico e renascentista com algumas adições barrocas e, atualmente, aloja o departamento de História do Museu de Dubrovnik.


Coluna ou Pilar de Orlando - Situada em frente à Igreja de São Brás, data de 1418. O monumento simbolizava o comércio livre da cidade e era considerado um símbolo de liberdade. Os decretos do governo eram proclamados junto à estátua e o local era também palco de castigos públicos. Está a ser restaurada. Exposição sobre Orlando no palácio Sponza.













A Igreja barroca de S. Brás, protetor da cidade, contruída em 1715


No altar, S. Brás, em prata dourada, com uma maquete de Dubrovnik anterior ao terramoto de 1667.








A Catedral de Dubrovnik foi construída sobre os restos de uma outra em estilo românico, que ficou destruída pelo terramoto de 1667. Segundo a lenda, Ricardo Coração de Leão pagou pela construção do antiga Igreja para agradecer aos habitantes de Dubrovnik, que lhe salvaram a vida, na sequência de um naufrágio na ilha vizinha de Lokrum.







A escadaria da imponente Igreja de Santo Inácio foi desenhada em 1738 pelo italiano Pietro Passalacqua, que se inspirou na Praça de Espanha em Roma.
É dedicada aquele fundador da Companhia de Jesus, assim como o colégio ao lado.



Gostei muito desta pequena Igreja de Cristo Salvador, construída nos anos de 1520, que sobreviveu ao terramoto. Fica perto da fonte grande e da porta de Pile.






Na rua do nosso hotel fica a pequena igreja de S. Nicolau. Na foto estou a mostrar o local onde jantámos, o qual, em 1991, sofreu com o bombardeamento da cidade.





Em 1991, Dubrovnik foi cercada e bombardeada por forças militares da  Sérvia e Montenegro (durante a guerra que resultou na fragmentação da ex-Jugoslávia), o que provocou grandes estragos. Fotografias sobre a guerra numa exposição.






Monumento a Ivan Gundulić (1589-1638), o poeta nacional da Croácia em Dubrovnik.












Gostei muito de visitar esta cidade, que me recordou Veneza e La Valetta. Apesar de fazer parte da Croácia, não fica na continuação do seu território, que é interrompido pela cidade de Neum, da Bósnia.

Viajei de avião a partir de Viena e a viagem é curta, um pouco mais de uma hora. A maior parte dos passageiros e dos turistas na cidade eram da chamada terceira idade, à qual eu já pertenço. Não pude deixar de escapar uma gargalhada quando a hospedeira avisou que não poderiamos tirar a máscara exceto para comer ou...tomar os remédios.

Escolhemos uma boa altura para visitar a cidade com uma temperatura amena (apesar de alguma chuva) e muito menos turistas. Se mesmo agora voltava à noite aos locais, que queria fotografar com menos pessoas, imagino o que seria em agosto...


Também encontrámos jovens, talvez fãs da série A Guerra dos Tronos, filmada em parte nesta cidade e com muitos passeios organizados por agências para conhecer os locais. Também eram muitas as lojas que diziam vender material "autêntico". Não vi a série ...





                               Para recordar que a gravata é uma criação croata


A Torre do Relógio é um dos monumentos mais simbólicos do Stradum. A cada hora, os sinos da torre ressoam por toda a cidade. Atualmente, as estátuas originais desses sinos estão no Museu do Palácio do Reitor.

Depois de conhecer os principais pontos, que tinha "estudado" na preparação da viagem, gostei de passear para conhecer as pequenas ruas (becos?) com muitas lojas, bares e restaurantes.



O hotel onde ficámos foi recomendado por uma amiga croata. Gostei muito. É um palácio da Renascença, que tinha ficado em ruínas, desde o terramoto. Foi reconstruído depois da independência da Croácia e abriu, há sete anos. O único inconveniente é o elevador 
(só para 2 pessoas) ser apenas no primeiro andar, depois de uma escadaria íngreme em pedra de degraus altos. 

A decoração da porta, semelhante ao palácio Sponza, tipica da Renascença, fez-me lembrar as "cordas" dos nossos monumentos manuelinos.


A sala de jantar e o terraço


Gostei muito desta escultura, mas não estava à venda. Ainda perguntei, porque uma vez fiquei num hotel estilo boutique-hotel como este, em Quito e todas as peças de arte estavam à venda. Era como se fosse uma casa-antiquário...

 
Os nove quartos têm o nome de artistas e quadros originais. 

Fiquei admirada por ver tantas joalharias na cidade velha de Dubrovnik. Gostei muito dos brincos tradicionais inspirados nos botões dos uniformes militares ou as argolas, que passam de avós para filhas e netas...


Muitos colares em coral laranja (e disseram-me que o coral rosa é do Pacifico...). A maior parte vem de Itália e os preços são exorbitantes. Aliás, Dubrovnik não é uma cidade nada barata...


 
Museu do Mosteiro de S. Francisco

Ragusa ou Dubrovnik de 5 a 9 de outubro de 2021


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