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terça-feira, 28 de junho de 2022

28 de junho de 1914


No dia 28 de junho de 1914 foram assassinados em Sarajevo o Arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do trono austro-húngaro e a sua mulher a Duquesa Sofia.

Este acontecimento trágico espoletou a I Guerra Mundial, o conflito mais sangrento até aquela data com mais de 37 milhões de mortos. Cinco anos mais tarde, a 28 de junho de 1919, foi assinado o Tratado de Versalhes, um acordo de paz imposto pelas potências europeias vencedoras e a Alemanha derrotada, assumindo a culpa pelo começo das hostilidades, ficou ainda obrigada ao pagamento de indemnizações aos vencedores pelos prejuízos provocados pela guerra. A perda a leste de alguns dos seus territórios, a ocupação de outra parte, implicou um sentimento de humilhação na população, contribuindo, mais tarde, em conjunto com a terrível crise económica iniciada em 1929,  para a ascenção do nazismo na Alemanha.

Na Áustria, após os acontecimentos trágicos da morte do filho do Imperador Francisco José, Rudoldo, e do sobrinho do imperador, assassinado, subiu o último Habsburgo ao trono: Carlos I da Áustria, que morreu no exílio na Madeira. A Áustria tornou-se uma república em 1919.

No período entre guerras a Casa de Habsburgo foi uma opositora do nacional socialismo e comunismo e, durante a II Guerra Mundial, o filho do último imperador, Otto von Habsburg liderou movimentos de resistência na Europa central, sofrendo perseguições pela gestapo e na sua fuga beneficiou de um visto emitido pelo célebre Cônsul de Portugal em Bordéus Aristides Sousa Mendes.

O ano passado visitei o Museu de História Militar de Viena (Heeresgeschichtliches Museum), onde está exposto o carro histórico do herdeiro do trono com as marcas das balas bem visíveis.

Os vinte anos de paz, entre 1919 e 1939, representam assim um interregno instável, sobretudo na Europa, entre dois conflitos mundiais, pois a II Guerra Mundial surge como a continuação de rivalidades não resolvidas e estimuladas pelo latente revanchismo alemão, que a propaganda fanática nazi explorou até à exaustão numa sociedade económica e socialmente debilitada.

Sinceramente, espero que a sanguinária e completamente injustificada  invasão da Ucrânia pela Rússia, cujos horrores da guerra estamos a assistir, dia a dia, pela televisão não provoque um conflito generalizado, como aqueles que destruíram a Europa e a maior parte do mundo, durante 30 anos da primeira metade do século XX. Quero que os meus filhos e netos vivam em paz, ao contrário das gerações dos meus pais e avós.   

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