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domingo, 23 de outubro de 2022

RIP, Professor Adriano Moreira

 

Recebemos, há pouco, um telefonema de Lisboa a informar o meu marido da morte, aos 100 anos, do Professor Adriano Moreira.

Quando casámos, o meu marido frequentava o I mestrado em Relações Internacionais em Lisboa e chegava a casa a contar histórias do Professor Adriano Moreira, um excelente docente, com grande capacidade de comunicação.

No final do ano convidou os seus alunos para um almoço na sua casa de Sintra e eu também fui convidada. Durante o almoço deu para ver como era um cavalheiro pondo todos à vontade. Depois fomos para o jardim tomar café. Estava um bonito dia.

Ainda me lembro, como se tivesse sido ontem, e já se passaram 40 anos, do canto do jardim, com umas cadeiras de vime da Madeira. Quando nos íamos sentar, recordo do meu marido dizer como eram bonitas as gerberas de um canteiro.

Todavia, não foram as flores nem a conversa agradável, que mais me fazem trazer à memória o encontro, mas sim a vergonha pela qual passei, pois a cadeira que escolhi já devia ter uns aninhos e, ao encostar-me, ela cedeu e virou partindo-se; fiquei no chão com as pernas por cima da cabeça e ainda por cima vestia saia e blusa. Não me magoei. Tinha 25 anos e muita flexibilidade, o que me envergonhou foi a situação e o professor a vir logo ajudar a levantar-me, pedindo desculpas pelo mau estado da cadeira. 

Li alguns livros do professor e recordo a sua eloquência. Morrer aos 100 anos lúcido, não é para todos. 

RIP!!

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