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sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

O Chapéu Alto

 

O Chapéu Alto ou Cartola, tradicionalmente feito em seda preta, apareceu na moda ocidental no final do século XVIII e ainda é usado em ocasiões solenes em conjunto com o fraque, de dia, ou com a casaca à noite.

John Hetherington é considerado por muitos o inventor do chapéu alto. Ao usá-lo pela primeira vez, em 15 de janeiro de 1797, provocou um tumulto na rua e foi por isso acusado de perturbar a ordem pública e teve de pagar uma multa. George Dunnage é outro inglês (chapeleiro de profissão) a quem é atribuída aquela invenção, em 1793.







Foi o marido da Rainha Vitória, o Príncipe Alberto, que ao usar pela primeira vez aquele chapéu lhe deu a distinção, que o caracterizou ao ser usado por aristocratas.










Após a Primeira Guerra Mundial foi aos poucos sendo substituido pelo chapéu de coco, (bowler hat) feito de feltro, o qual foi muito popular até aos anos 50 e associado aos homens de negócios de Londres.





Em Inglaterra, o chapéu alto (top hat), preto ou cinzento, ainda é usado em ocasiões formais como a corrida de Royal Ascot, fundada pela Rainha Ana em 1711.






O Presidente John F. Kennedy recuperou a tradição de usar chapéu alto no Dia da Inauguração, exceto no momento do juramento e discurso inaugural.

Depois dele nunca mais foi usado nessa ocasião formal pelos presidentes, que o sucederam.




Em Portugal o uso da cartola caiu em desuso. No entanto, o fraque na apresentação de credenciais ao Presidente da República foi recuperado pelo atual Presidente, pois o seu antecessor tinha preferência pelo fato escuro.

Nos casamentos com fotografias nas revistas de moda e celebridades vê-se muitas vezes só o noivo a usar fraque com os pais e amigos de fato; não gosto, até porque alguns parecem alugados. Quando o meu filho e a minha filha casaram, os noivos estavam muito elegantes com os seus fatos escuros (com e sem colete).

No Funchal brinquei muitas vezes com o velho chapéu alto do meu avô para imitar os ilusionistas. Para estes não me importo de utilizar o termo cartola. No entanto, prefiro chapéu alto ou, melhor ainda, sepio (sapiaturo) como se dizia ainda na minha infância na Madeira. Foi difícil encontrar a ortografia certa daquela palavra ligada às minhas brincadeiras infantis. Todavia, graças à obra Vocabulário Madeirense do Padre Fernando Augusto da Silva (historiador/investigador da História da Madeira, professor e escritor), editada em 1950 pela Junta Geral do Funchal, dei finalmente com a grafia certa.  



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