Com este mapa dá para ver como é possível, vivendo em Bratislava, ir no mesmo dia de manhã a Viena e à tarde a Budapeste...vantagens de vivermos no centro da Europa...
Na viagem de carro que fizemos no sábado passado não fomos tão longe. Ficámos a 60 km de Budapeste, que conheci há alguns anos. Vou esperar pela vinda da minha irmã em setembro para rever a capital da Hungria.
De Bratislava seguimos até Herend (cerca de 2h) e depois almoçámos no lago Balaton. Daí fomos visitar uma cidade, que não consigo pronunciar- tem 14 letras e 3 acentos: Székesfehérvár.
Porquê o interesse da visita?
Desde que cheguei a Bratislava, comecei a ler sobre a capital da Eslováquia. Aprendi que fez parte do Reino da Hungria, e daí do império austro-húngaro e que devido à cidade onde se realizavam as coroações ter sido tomada pelos otomanos, a capital mudou-se para Bratislava, então chamada Pressburg. As coroações começaram a realizar-se na igreja de S. Martinho em Bratislava, onde durante 267 anos foram coroados 10 reis, 1 rainha e 7 rainhas consortes.
A cidade tomada pelos otomanos era Székesfehérvár, que durante a Idade Média, era uma residência real e, portanto, uma das mais importantes da Hungria. Permaneceu sob administração otomana durante 145 anos, até 1688. Os turcos destruiram a maior parte da cidade, incluindo a catedral (que depois sofreu um grande incêndio) e o palácio real, saquearam os túmulos dos reis e construíram muitas mesquitas. Nos séculos XVI e XVII parecia uma cidade muçulmana.
A partir do reinado de Maria Teresa começou a reconstrução da cidade.
O Jardim das Ruínas da Basilica Real é um Memorial Nacional
Em 1018, o primeiro rei da Hungria, Estevão I, também conhecido por S. Estevão (depois da sua canonização em 1083), mudou-se de Esztergom para Székesfehérvár, situada numa importante rota de comércio e mandou construir a Basílica da Assunção da Bendita Virgem Maria, onde durante cinco séculos era o local sagrado mais importante da Hungria, onde foram coroados 38 reis e sepultados 15. Diz-se que no tempo de Matias Corvino a Basílica foi aumentada e daria para 8000 fiéis.
Depois da libertação da Hungria foi construida a Catedral de Santo Estêvão, que data de 1777 e fica próxima do local da antiga igreja da coroação. Ao lado podemos ver a Capela de Santa Ana, o único monumento gótico que sobreviveu. Foi mandada construir no reinado de Matias Corvino (1464-1490).
Infelizmente estavam ambas fechadas, com uma vedação que dava a entender que estão a decorrer obras. No centro de turismo já nos tinham avisado.
A única igreja que encontrámos aberta foi a de S. João Nepomuceno. Uma senhora simpática mostrou-nos a sacristia, em estilo rócócó, mas não percebiamos nada do que dizia nem o nome da igreja. Só descobrimos depois de termos o mapa.
Estátua de bronze da vendedora Tia Kati (2001). Parece que dá sorte mexer-lhe no nariz, razão pela qual está mais brilhante.
Andámos a pé pela principal rua da cidade, onde não passam carros-rua Fő.
Praça Városház
Para a sua construção foram usadas pedras da antiga catedral da coroação.
Curiosidade: neste palácio encontra-se o piano que pertenceu ao conde Géza Zichy (1849 - 1924), que se tornou um pianista conhecido e até tocou com Liszt. Tinha a particularidade de tocar com uma só mão, pois perdera um braço na adolescência num acidente de caça.
Esta fonte, inaugurada em 1943, é uma homenagem
ao significado histórico de Székesfehérvár
1001- a coroação do Rei Estevão
1688- a libertação do domínio otomano
1938- 900º aniversário da morte do Rei Estevão
Gostaria de ter visto esta tapeçaria, que segundo li está no gabinete
do Presidente da Câmara Municipal
Chama-se Cenas da História de Székesfehérvár e foi desenhada pelo pintor István Pekary (1905-1981).
A árvore da vida no centro apresenta quatro momentos históricos importantes:
1-O Rei Estevão observa a construção da Basílica; 2- O Touro de Ouro de 1222. O rei André II foi forçado a aceitar o Touro de Ouro, um dos primeiros exemplos de limites constitucionais de um monarca europeu. Ao lado do Rei um frade lê o documento, que tem um grande selo dourado; 3- A libertação da cidade do domínio otomano em 1688; 4- Maria Teresa no trono.
Em 1939, esta tapeçaria foi o orgulho do pavilhão húngaro na Exposição Mundial de 1939, em Nova Iorque. Contudo, com a II Guerra Mundial foi guardada pelo Presidente da Câmara de Nova Iorque até ser devolvida à Hungria escondida num caixote de madeira.
Interessantes os sinais de comércio nas lojas...
Confesso que apetecia refrescar-me nesta fonte. Quando vi estes soldados aparecerem tão agasalhados, para um qualquer festival medieval até senti pena...
A torre do relógio tem mais de 200 anos. Foi reconstruída diversas vezes e as suas paredes incorporam parte das muralhas do castelo medieval.
No entanto, o relógio só foi inaugurado em 2002.
Ás 10h da manhã, e depois de duas em duas horas, aparecem figuras importantes da história da Hungria: O rei Estevão com o filho Imre; São Ladislau; Santa Isabel e Santa Margarida; o Rei Matias com a Rainha Beatriz, acompanhados por música.
Ao fundo estátua de um guerreiro com escudo e espada no cimo de uma coluna
Seguimos diretos para Bratislava e demorámos menos de 2 h.
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