No dia 25 de maio de 2011, a escritora Violeta Figueiredo esteve na biblioteca da escola Paula Vicente para se encontrar com os alunos do 7ºC. Começou por tecer elogios ao espaço aberto e claro em que se tornou a nossa biblioteca, após as obras de remodelação.
Viu a amostra de livros expostos de que é a autora e mostrou-se muito interessada nos artigos escritos por alguns alunos da turma, a propósito da sua obra Eram Férias e Havia Sol, lida nas aulas de FC.
Às 12.30h os alunos chegaram à biblioteca e foram recebidos pela professora Eduarda Cardoso, coordenadora da BECRE e pela diretora de turma.
De maneira muito cordial, a escritora começou por agradecer a oportunidade do encontro, pois considerou que estar com os seus leitores é a melhor maneira de ouvir sugestões. Vários alunos afirmaram que o livro tem um vocabulário por vezes difícil com muitas palavras novas, retratando uma época passada em ambiente beirão. O tempo era curto para responder a todas as perguntas relacionadas com a obra. No entanto, foi curioso verificar que muitos, entre a assistência, pareceram ficar satisfeitos por saber que a figura do avô é autobiográfica, mesmo reconhecendo que os escritores têm a capacidade de mudar a realidade.
O Bruno fez uma pergunta muito pertinente: gostava de saber quem tinha influenciado a Violeta Figueiredo para ser escritora e ficámos a saber que, primeiro, foi a avó, através das histórias maravilhosas que lhe contava e, mais tarde, a professora primária (1ºciclo) também teve um papel muito importante.
A sessão poderia ter continuado, durante mais tempo só com perguntas dos alunos. No entanto, a Violeta decidiu pedir-lhes, que decorassem um pequeno poema seu inserido na antologia de poesia Primeiro Livro de Poesia, organizada pela escritora Sophia de Mello Breyner. A propósito, sublinhou que deveriam estar muito atentos às primeiras palavras, regra essencial para se decorar um texto. O Hélio ofereceu-se para repetir o poema e foi muito bem sucedido.
Alforreca me fascina.
Sigo atrás da sua coroa,
dos seus terríveis cabelos
de gelatina e de prata:
só o vê-los me atordoa,
só o tocá-los me mata.
Uma ex-aluna de Violeta Figueiredo, a professora Paula Shirley da direção da escola, assistiu ao interesse revelado pelos alunos. A diretora da escola, dra. Mafalda Manita, também esteve presente.
Atendendo ao entusiasmo demonstrado no jogo da memorização, a escritora, através do gesto e palavra, motivou a visualização de um outro poema, ajudando assim a assistência a participar e, de novo, a decorá-lo:
Essa peluda menina
escondida à esquina do tecto
só desce alta noite quando
todo o quarto está quieto.
Suspenso da sua teia
fica ao espelho balouçando,
repisando a mesma ideia:
«Meus Deus, serei linda ou feia?»
escondida à esquina do tecto
só desce alta noite quando
todo o quarto está quieto.
Suspenso da sua teia
fica ao espelho balouçando,
repisando a mesma ideia:
«Meus Deus, serei linda ou feia?»
A sessão terminou com um apelo aos alunos para que frequentem mais o agradável espaço da biblioteca e para decorarem alguns poemas, começando pelos da Sophia de Mello Breyner, pois constitui um ótimo exercício.
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