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terça-feira, 18 de setembro de 2018

Acordo de Geminação Cascais- Sinaia

No dia 18 de setembro, foi assinado em Sinaia um acordo de geminação entre os Municípios de Sinaia, na Roménia e Cascais, em Portugal.

Uma pessoa pode perguntar: mas o que têm aquelas duas cidades de parecido para se tornarem cidades gémeas?

Ambas foram escolhidas para local de veraneio pelas famílias reais dos seus países.


Cascais


A fortaleza da Cidadela de Cascais, construída logo após a Restauração de 1640, presenciou acontecimentos relevantes nacionais. No entanto, no terramoto de 1755 só as muralhas e a cisterna resistiram, ruindo os quartéis e a capela, que se encontravam entre muros. Foram precisos muitos anos para a sua reconstrução.



O Rei D. Luís, obrigado a desistir da carreira naval para suceder ao seu irmão o rei D. Pedro V, visitou aquela fortificação e encantou-se com a vista sobre a Baía de Cascais. Ordenou então que a casa do governador da Cidadela fosse transformada em Palácio de Verão.







Interessante notar que a fotografia oficial do atual Presidente da República, um amante do mar, também foi tirada naquele local, que tem uma vista privilegiada sobre a baía







A partir de 1870, Cascais, uma pacata vila de pescadores, nunca mais seria a mesma. A nobreza acompanha a família real. Iniciam-se então as construções de palacetes, muitos deles com fachadas mais imponentes, que as austeras muralhas da Cidadela. Cascais testemunha vários momentos festivos, como a introdução da luz elétrica em Portugal e a ligação a Lisboa por comboio.



O Rei D. Carlos continua a utilizar o palácio da Cidadela para lazer e como local de apoio nas suas pesquisas oceanográficas, introduzindo muitos melhoramentos.




Este monarca teve uma grande atividade diplomática, pelo que ficou na história com o cognome de “O Diplomata”. Recebeu em Portugal os mais importantes Chefes de Estado do seu tempo. Conta-se que o Presidente da França Émíle Loubet ficou tão encantado com Cascais e a sua baía, que pediu para que o comboio parasse no Estoril, para melhor poder guardar essa bela imagem.

Após a implantação da República, o Presidente Manuel de Arriaga também utilizou estas instalações. Ao que parece, a visão do oceano sem fim recordava-lhe a sua terra natal nos Açores. O Presidente Óscar Carmona viveu ali permanentemente com a sua família. Em 1930, a Capela do Palácio, que fora desativada e até servira de arrecadação ao destacamento do exército da Cidadela, foi devolvida ao culto por iniciativa da mulher do presidente, Maria do Carmo Carmona. Hoje em dia, pode visitar-se aquela pequena Igreja com um belo altar barroco e azulejos do século XVIII.

Nota: A Câmara Municipal de Cascais promoveu um programa de Roteiros de Património no Palácio da Cidadela, dando a conhecer momentos marcantes da história deste palácio, aberto pela primeira vez ao público em 23 de novembro de 2011, após uma profunda e cuidadosa reabilitação, abrangendo o interior e exterior do edifício. Tive oportunidade de assistir e escrever para o jornal da escola, no qual se baseiam estas informações (infelizmente todo o trabalho com o jornal foi em vão, pois todas as noticias foram apagadas pelo facto da sua  publicação não ter tido continuidade).

Referências:
Gaspar, Diogo, org. Palácio da Cidadela de Cascais. Lisboa: Museu da Presidência da República, 2011

Sinaia




O seu nome provém do mosteiro, fundado pelo Príncipe Mihai Cantacuzino em 1695 ao qual foi dado o nome de Sinaia, como o mosteiro no Monte Sinai.






Toda a cidade se encontra no sopé de grandes montanhas, que fazem fronteira com a bela região a norte da Valáquia, a Transilvania. Sinaia é especialmente conhecida pela sua arquitetura Neo-Renascentista alemã, onde se inclui o complexo de Peleș, na margem do riacho Peleș. 




O castelo de Peleș, é um palácio, não obstante o seu nome, mandado construir pelo rei Carol I em 1873 e completado em 1883 para servir de residência de verão à família real romena.




Os seus 160 quartos estão ricamente adornados com arte europeia, candeeiros de cristal de murano, vitrais alemães e mobiliário oriundo de vários países.
Enquanto foi construído a família real acomodava-se no mosteiro de Sinaia.


Interessante notar que foi o primeiro castelo na Europa dotado de eletricidade.


Além de notável bom gosto que as famílias reais de Portugal e Roménia mostraram ao escolherem um local de veraneio tão bonito: na entrada do oceano atlântico, em Portugal ou junto às montanhas, na Roménia, não nos podemos esquecer dos seus laços de parentesco.




D. Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen, rainha consorte de Portugal, após o seu casamento com D. Pedro V de Portugal, era irmã do primeiro rei da Roménia, D. Carlos I ( Carol I).







O Rei Ferdinand I da Roménia, o Rei da União, que este ano celebra 100 anos, era filho de uma princesa portuguesa, D. Maria Antónia de Bragança.




Em junho deste ano foi atribuído o nome de Rotunda da Roménia a uma rotunda no Estoril, numa cerimónia protocolar na Câmara Municipal de Cascais, por ocasião da visita da Primeira Ministra romena a Portugal.



Nota: Todas as fotografias em cima foram retiradas da internet.


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