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sexta-feira, 16 de agosto de 2019

No Reino da Taprobana



Uma amiga ofereceu-me estas quatro estampas persas antigas, compradas num antiquário no Líbano. Contam uma história... Achei muito interessante e mandei emoldurar, guardando a fotografia da história, manuscrita, nas costas de cada uma. Um dia pode ser que alguém me traduza...



Não sei se as três personagens são os Príncipes de Serendip da história que vou contar.. Consultei-a após ter lido o post de um amigo, antigo Professor de Quimica na FCT Nova.

"Em Ciência, o termo serendipismo refere-se a descobertas feitas por acaso, de coisas de que não andávamos à procura. A origem desta palavra transporta-nos a um conto de fadas ao estilo das Mil e Uma Noites, os Três Príncipes de Serendip, escrito em língua Persa pelo poeta e músico indiano Amir Khusrow em 1302, cuja história se desenrola no Reino de Serendip no século V. Serendip era o nome Persa para Taprobana, ilha invocada por Camões na primeira estrofe dos Lusíadas “As armas e os barões assinalados/…/Passaram ainda além da Taprobana”, que mais tarde passou a Ceilão, onde os portugueses foram os primeiros ocidentais a ali desembarcar em 1505 e actualmenteo é o Sri Lanka"

O Rei Giaffer do Reino de Serendip tinha três filhos e deu-lhes uma boa educação, procurando os melhores professores, especializados em diferentes campos tanto nas artes como em ciências. Um dia manda-os em viagem para adquirirem experiência. 

No Reino de Beramo encontraram um homem, o qual perguntou se tinham visto um camelo. Os três Príncipes procuraram então confirmar se o camelo era cego de um olho, se lhe faltava um dente e se coxeava de uma perna. Foram capazes de descrever estas características do dromedário sem nunca o terem visto, apenas baseadas em pequenas pistas observadas no caminho. Acrescentaram ainda, já na presença do próprio Rei, que o animal transportava manteiga de um lado, mel do outro e tinha sido montado por uma mulher grávida. Os três Príncipes apontaram as evidências descrevendo os factos e aquele monarca constatou a inteligência dos herdeiros de Serendip na identificação do camelo.

A viagem prosseguiu e os três Príncipes continuaram a mostrar sagacidade e inteligência, observando e interpretando a realidade. A história termina, quando se tornam importantes governantes dos Reinos de Serendip e Beramo (através do casamento com a filha do Rei) e ainda do Reino da rainha Virgem.

Até aqueles finais felizes, os três Príncipes, ao longo do itinerário, vão deparando com mais surpresas, que são capazes de interpretar, mantendo sempre os espíritos abertos às sucessivas realidades que vão encontrando...um pouco à semelhança de muitos cientistas, entre os quais, por exemplo, Alexander Fleming que descobriu "a penicilina" em 1928, um pouco por acaso, porque, conforme a tradição, esteve atento, foi capaz de observar sem preconceitos e retirar de forma rápida ilações...e não era um Principe da Tapobrana de Camões e sim um escocês, filho de um agricultor.  


Referência:

https://www.recantodasletras.com.br/ensaios/2461955

https://library.acropolis.org/the-three-princes-of-serendip/

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