O Castelo de Bran tem estado associado à imagem do Conde Drácula, imaginado pelo escritor irlandês Bram Stoker (1847-1912), conhecido hoje em dia sobretudo pelo seu "romance gótico de vampiros" Drácula (1897). O escritor nunca visitou a Roménia e aquela obra só foi publicada nos anos 90 do século passado na Roménia. Contudo, muitas das suas descrições têm semelhanças com o Castelo de Bran e a figura histórica, que a inspirou: Vlad Țepeș, príncipe da Valáquia.
No século XV Vlad Dracul vivia em Sighişoara. Em 1431 tornara-se membro da Ordem do Dragão fundada por Sigismund von Luxembourg (o termo “dracul” tem as suas origens na palavra em latim “draco”, significando “Dragão”) Esta era uma ordem militar católica integrando nobres e príncipes com o objectivo de lutar contra os inimigos do cristianismo, nomeadamente os Otomanos. Vlad orgulhava-se tanto do símbolo do dragão, que os seus brasões incorporaram esse animal mítico. Adotou também “Dracul” no próprio nome. Depois de vencer os inimigos tornou-se príncipe da Valáquia, uma região do sul da Roménia. Todavia, a sua fama, hoje em dia, deve-se ao facto de ser o pai de Vlad Țepeș, o Empalador. Foi negado ao seu filho o trono da Valáquia ocupado pelo pai, razão pela qual se tornou um guerreiro cruel, obcecado com vingança a todos o que se lhe opunham.
Ficou conhecido pelas formas de tortura através do empalamento (a vitima era perfurada com um pau).
Apesar de na Roménia as pessoas não gostarem muito desta associação com o Drácula, têm sabido tirar proveito da situação. Fiquei admirada com a quantidade de excursões a partir de Brașov para visitar o "castelo do Drácula" e no mapa, que nos ofereceram no hotel, tinha em diversos pontos a suposta cara do drácula, presumo os locais onde reuniam os turistas.
A Roménia tem muito mais a oferecer do que esta história, como tenho mostrado nos meus relatos de viagem pelo país, mas para quem gosta destas lendas:
A corte do Principado em Bucareste (está em restauro), a casa onde supostamente nasceu em Sighişoara e o seu túmulo em Snagov
O Castelo de Bran oferece também uma outra visão, romântica...
Sassu-Ducsoara, O Castelo de Bran (aguarela) 2015
No dia 1 de dezembro de 1920, as autoridades de Brașov doaram o castelo aos novos soberanos da Roménia. O Rei Ferdinand I (neto de D. Maria II e D. Fernando II de Portugal) e a rainha Maria. Foi a oportunidade daquela imponente fortaleza dos Cárpatos não ter ficado abandonada no alto de uma rocha, pois logo de seguida foram iniciados trabalhos de renovação para a tornar habitável, passando a ser um dos locais favoritos da rainha, como se pode ver no video (usando roupa tradicional romena).
"...I had seen it standing in solid solitude upon its projecting rock, and had imagined what an enchantment it would be to possess that stronghold and turn it into a home. What romance it would represent-a little feudal castle, verily a fairy-tale come to life"
Rainha Maria em fevereiro de 1930
Em 2009, o castelo deixou de ser propriedade do estado e foi entregue aos descententes da Princesa Ileana, filha da Rainha Maria.
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