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terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Rosa Araújo e a Ópera

Caricatura de 
José Gregório da Rosa Araújo (1840-1893)
por Rafael Bordallo Pinheiro

Foi durante o mandato de Rosa Araújo, como Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que se lançaram as obras da abertura da Avenida da Liberdade e a destruição do Passeio Público, o que provocou uma grande polémica.


Estátua a Rosa Araújo na Avenida da Liberdade


A sua alcunha era "cócó", pois o pai tinha uma confeitaria na Baixa lisboeta, cuja especialidade era um doce de ovos chamado cócó, que Rosa Araújo gostava de oferecer. Era também um homem de convicções: "o seu empenhamento na construção da Avenida foi tal que, tendo faltado o financiamento para a obra, levou a sua avante aplicando nela todas as suas economias, granjeadas na confeitaria" (pág. 46).

Era muito respeitado pelo rei D. Luís e respondia com humor às provocações, que tinham por fim rebaixá-lo.

Como diz o autor do livro, onde li hoje esta história: "na atualidade, os más-línguas são igualmente azedos. Falta-lhes no entanto o talento e o humor" (pág 46).

Um dia, quando perguntaram a Rosa Araújo, porque não era visto com frequência no S. Carlos, local de encontro da elite lisboeta, respondeu: "Sabe, é que eu ressono, e indo lá ainda corro o risco de acordar os que lá estão..." (pág.46).

Xavier, António. Histórias do Palácio Foz. Aletheia, 2019

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