No regresso a Lisboa, depois de uma curta estadia nas Terras do Douro, decidimos passar pela Figueira da Foz. Cidade que não visitava há muitos anos, desde 2002, o ano que o meu filho entrou para a universidade. Nessa altura, fomos os dois almoçar com a minha amiga Violeta, que tem ali uma bela casa do século XVIII. Desta vez ainda a contactei para saber se lá estava para nos encontrarmos e... coincidência das coincidências atendeu-me da Roménia, onde se encontrava a passar férias. Falou-me de uma enorme tempestade que tinha apanhado. Quando cheguei a Lisboa, inteirei-me do que se passara e soube até que causara mortos. Aliás, a minha querida amiga M. Carmen tinha-me escrito preocupada (da Índia), pensando que eu já lá estaria...
Falando de tempestades...Lembrei-me então do nosso regresso a Lisboa da Figueira, em 2002. Apanhámos uma das maiores chuvadas e ventanias que me lembro - o que tornava a condução perigosa. De tal forma que até nos custava perceber o telefonema de uma colega do meu filho, informando-o das colocações na universidade, que tinham saído nesse dia.
Bem, depois desta divagação, importa dizer que nunca tinha ido à Figueira pela estrada nacional. O caminho, mais longo, é muito agradável e passámos por Tentúgal, que nem me recordava onde ficava, mas onde parámos para apreciar a doçaria conventual...
Um pouco mais à frente avistámos o belo castelo de Montemor- o -Velho. Conheço Montemor-o- Novo, perto de Évora, mas aqui nunca tinha estado.. E que beleza...
De origem muçulmana Montmayur é descrita no século X como uma poderosa fortaleza. A sua posição estratégica para defesa da linha do Mondego, tornou-a cobiçada por forças cristãs e muçulmanas, o que explica os inúmeros combates aqui travados. Constitui um dos mais amplos espaços amuralhados de Portugal.
O Paço das Infantas foi remodelado no século XIII pela infanta D. Teresa, filha de D. Sancho I. Foi palco de reuniões de corte, cerimónias, atos solenes e lugar de decisões como a que D. Afonso IV aqui tomou no dia 6 de janeiro de 1355: Inês de Castro seria executada, no dia seguinte, em Coimbra.
Na Igreja de Santa Maria de Alcáçova, situada no castelo, destacam-se os azulejos sevilhanos do século XVI, uma imagem do século XIV, de Nossa Senhora do Ó e a pia baptismal quinhentista.