Em Paris andámos muito a pé. Apesar do frio e do céu cinzento só choveu umas horas antes da nossa partida, por isso o tempo estava bom para passear.
No dia 24, houve uma grande manifestação na Praça da Concórdia, mas conseguimos passar antes da chegada dos manifestantes. No entanto, vimos algumas montras com os vidros quebrados e lojas fechadas. O aparato policial entre o Louvre e a praça da Concórdia era impressionante. Pelas imagens que vi na TV, pareciam quase tantos como os manifestantes.
Havia muito pouco movimento nas ruas limítrofes aquela praça, habitualmente tão movimentada.
No caminho, numa zona perto da Bastilha, perguntaram-nos duas vezes se eramos judeus. Nunca me tinham perguntado isso antes. Também pedi umas informações a um senhor idoso, que nos disse que tinha muitos amigos portugueses e era um orgulho a nossa comunidade: "São um pequeno país, mas uma grande nação", disse.
Em geral as pessoas foram simpáticas. Só achei impertinente um empregado de uma livraria, quando lhe perguntámos se havia em inglês o livro de BD "História da Medicina" e respondeu-nos negativamente: "nous sommes en France."
Nos nossos passeios descobrimos muitas exposições.
Na Conciergerie sobre a Rainha Maria Antonieta.
Agora tenho a biografia para ler...
No Palácio do Luxemburgo havia uma excelente exposição de pintura inglesa (com catálogo só em francês).
Constable
Na Orangerie, a maior parte da coleção estava no Japão. Tinha, porém, uma exposição temporária, construída à volta de Félix Fénéon (1861-1944) um crítico de arte famoso e influente, sobretudo importante para a projeção de artistas pós-impressionistas, em especial Seurat. Muitas das obras expostas eram do MoMa de Nova Iorque. Gostei muito de ver, para além dos espetaculares "nenúfares" de Monet.
Seurat
Foi sem dúvida um fim-de-semana interessante e enriquecedor. Não sei se Paris "vale uma Missa" como se diz que Henrique IV desabafou no século XVI...mas valeu de certeza a viagem e o tempo muito bem passado.