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sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

RU deixa formalmente a UE


A partir do dia 31 de janeiro de 2020, o Reino Unido deixa formalmente a União Europeia. O Brexit foi um processo longo, que se arrasta desde junho de 2016 e por sua causa já houve três Primeiros-ministros britânicos, nos últimos três anos: David Cameron, Theresa May e atualmente Boris Johnson.
A União Europeia (UE) regressou ao mesmo número (27) de países de 2013, quando a Croácia se tornou o 28º membro, em 1 de julho.


Veja aqui os 27 países da UE e as suas capitais.

Quando estive em Bruxelas, em novembro do ano passado, comprei uma t-shirt ao meu neto e reparei que já não tinha a bandeira do RU.



Selo do Brexit à venda na Áustria por 1.80 E

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

O Museu Rodin

Museu Rodin, Paris
A minha filha costumava dizer que não compreendia, porque o pai e eu nunca tínhamos visitado o excelente Museu Rodin em Paris. A minha desculpa: preferia ver esculturas num museu, que também tivesse pintura. Chegou então a vez de o visitar e recomendo. É um belíssimo museu situado numa bonita mansão, que chegou a ser hotel.

Casa Manu- Auschnitt



O que a minha filha não viu, quando visitou Bucareste, foi uma casa, a mansão Manu-Auschnitt (1915) mandada construir pelo magistrado Ion Manu, com o dote da mulher Zeta Cantacuzino, no estilo Luís XIV, como uma réplica fiel do Hotel Biron em Paris, onde atualmente está o museu Rodin.

O milionário Max Auschnitt comprou a casa da capital romena em 1932, tornando-a um local para festas. Em 1948, foi confiscada pelo regime comunista e chegou a ser a Embaixada da Argentina. Em 1989, voltou a ser propriedade dos seus donos, os quais venderam-na a uma figura conhecida, George Bescali, por sete milhões de euros, o qual, dizem, gastou uma fortuna na sua redecoração. 

As obras de Rodin, no seu museu em Paris, encontram-se nos jardins e nos dois andares da casa. Produziu muitas obras e a mais conhecida, "o pensador" está no jardim do museu.

Auguste Rodin (1840-1917) retratado por Jacques Émile Blanche

Fiquei sem quaisquer dúvidas porque é que Brâncuși deixou o atelier de Rodin, onde trabalhou durante três meses e disse, a propósito desse seu abandono, "nada cresce bem à sombra de uma grande árvore".











Visita ao Palácio de Versalhes



Este ano foi a primeira vez que visitei o Palácio de Versalhes. Comprámos um bilhete com acesso a toda a propriedade e apanhámos um pequeno comboio para visitar os jardins e o Trianon. Chegámos cedo para evitar uma grande concentração de pessoas na bilheteira (não conseguimos comprar os bilhetes online), mas mesmo assim já estava muita gente, contudo, suponho, nada comparável aos meses de verão, que devem tornar a visita insuportável.

O sitio elétronico oficial está bom e é agradável rever tudo no conforto de casa.

Olhem quem encontrei: os nossos "amigos" Junot, Soult e Massena no meio de uma galeria de retratos de generais e marechais.


 






É bem visivel a influência do "Pequeno Trianon" na casa de Alva Vanderbilt em Newport (RI), nos EUA (Marble House).

Gostei da visita, mas é dos lugares que se vai uma vez e, como diz a minha neta, "já está"....


 Mais umas biografias para ler. Aqui até havia um guia do "château" em português...

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Passeando e descobrindo...

Em Paris andámos muito a pé. Apesar do frio e do céu cinzento só choveu umas horas antes da nossa partida, por isso o tempo estava bom para passear.


No dia 24, houve uma grande manifestação na Praça da Concórdia, mas conseguimos passar antes da chegada dos manifestantes. No entanto, vimos algumas montras com os vidros quebrados e lojas fechadas. O aparato policial entre o Louvre e a praça da Concórdia era impressionante. Pelas imagens que vi na TV, pareciam quase tantos como os manifestantes.



Havia muito pouco movimento nas ruas limítrofes aquela praça, habitualmente tão movimentada.

No caminho, numa zona perto da Bastilha, perguntaram-nos duas vezes se eramos judeus. Nunca me tinham perguntado isso antes. Também pedi umas informações a um senhor idoso, que nos disse que tinha muitos amigos portugueses e era um orgulho a nossa comunidade: "São um pequeno país, mas uma grande nação", disse.


Em geral as pessoas foram simpáticas. Só achei impertinente um empregado de uma livraria, quando lhe perguntámos se havia em inglês o livro de BD "História da Medicina" e respondeu-nos negativamente: "nous sommes en France."





Nos nossos passeios descobrimos muitas exposições.
Na Conciergerie sobre a Rainha Maria Antonieta.


Agora tenho a biografia para ler...











No Palácio do Luxemburgo havia uma excelente exposição de pintura inglesa (com catálogo só em francês).




Constable









Na Orangerie, a maior parte  da coleção estava no Japão. Tinha, porém, uma exposição temporária, construída à volta de Félix Fénéon (1861-1944) um crítico de arte famoso e influente, sobretudo importante para a projeção de artistas pós-impressionistas, em especial Seurat. Muitas das obras expostas eram do MoMa de Nova Iorque. Gostei muito de ver, para além dos espetaculares "nenúfares" de Monet.





Seurat

Foi sem dúvida um fim-de-semana interessante e enriquecedor. Não sei se Paris "vale uma Missa" como se diz que Henrique IV desabafou no século XVI...mas valeu de certeza a viagem e o tempo muito bem passado.


Constantin Brâncuși em Paris




Não podia ir a Paris sem visitar o atelier do escultor romeno Constantin Brâncuși. Aí ele criou a maior parte das suas obras nos ateliers do Impasse Ronsin, onde se estabeleceu, em 1916, no número 8 e, mais tarde em 1928, no número 11. Nos anos 50, quando o edifício foi ameaçado de demolição devido à extensão do hospital Necker, Brâncuși legou ao estado francês o seu espólio com a condição do seu atelier ser inteiramente reconstituído com todo o seu interior. Brâncuși morreu em 1957 e uma primeira reconstituição incompleta abriu ao público, em 1962, numa ala do Palácio de Tóquio. A inauguração do Centro Georges Pompidou, em 1977, permitiu a instalação do atelier Brâncuși, no exterior do Centro Pompidou, na praça em frente à entrada do museu, em 1997.















À noite, jantámos no restaurante Bouillon Chartier, onde Brâncuși trabalhava a lavar pratos, quando chegou a Paris, em 1904.