A minha Lista de blogues

sábado, 27 de maio de 2017

Ora agora cozinhas tu...

Ora agora cozinho eu...




Hoje recebi da minha amiga Margarida o texto publicado na Folha de S. Paulo, de autoria de João Pereira Coutinho: Restaurantes não são santuários   e logo uma série de imagens me passaram pela frente. 





O artigo tem muito humor, mas concordo com muito do que lá se diz.





Exceção feita no final onde o autor parece que lamenta a falta de garrafas por cima da mesa, onde está a ser servida a refeição. Isso não. Garrafas na mesa, nunca. Nem no restaurante nem em casa. Não tenho nada contra o vinho, bem pelo contrário... só sou contra as garrafas.




Realmente a importância dada hoje em dia aos restaurantes e aos chefs, subiu a um patamar irritante. Não há canal de TV, que se preze, que não apresente diversos programas e concursos de culinária.
Eu, por mim, a utilização em excesso do termo chef, perdoem-me os cozinheiros, transporta-me às reuniões de Conselho de Turma, em que havia sempre uma psicóloga a sugerir um programa de cozinha para os alunos com dificuldades de aprendizagem. Só precisavam de não chumbar a mais uma disciplina, pelo que os professores da turma, habitualmente, concordavam... Um bom professor quer sempre o bem dos seus alunos e, já agora, avisem para onde vão trabalhar... (e lembro-me daquele  6ºC, ou anos antes o 7ºB  e também C, que apanhei no regresso ao ensino, em 2008..).

O ano passado ficámos hospedados num hotel na Jamaica...Enquanto nos arrumavam as malas,  explicaram o funcionamento dos restaurantes, a maior parte deles tão especiais, que requeriam uma reserva. E lá o empregado nomeou o diferente tipo das comidas servidas. Lembro-me de uma "fusão". Como depois disse o meu marido: "Até aqui?". Com medo do que nos pudesse ser servido, pois o nome apela a laboratório, jantámos descansados no quarto...  uma daquelas ementas "caseiras" do "room service"...
Perante esta reflexão aconselho a leitura do artigo enviado pela minha amiga, que traduz bem o que eu e o marido pensamos acerca desta nova moda, a qual, como todas, passou a ser excessiva e ridícula, como o autor bem sublinha:

"Restaurantes não são santuários


Estou cansado da religião dos chefs: restaurantes não são santuários



O melhor restaurante do mundo? Ora, ora: é o Eleven Madison Park, em Nova York. Parabéns, gente. A sério. Espero nunca vos visitar. Entendam: não é nada de pessoal. Acredito na vossa excelência. Acredito, como dizem os críticos, que a vossa mistura de "cozinha francesa moderna" com "um toque nova-iorquino" é perfeitamente comparável às 72 virgens que existem no paraíso corânico.

Mas eu estou cansado da religião dos chefs. Vocês sabem: a elevação da culinária a um reino metafísico, transcendental, celestial. Todas as semanas, lá aparece mais um chef, com a sua igreja, apresentando o cardápio como se fossem as sagradas escrituras.

Os ingredientes não são ingredientes. São "elementos". Uma refeição não é uma refeição. É uma "experiência". E a comida, em rigor, não é comida. É uma "composição".

Já estive em vários desses santuários. Quando a comida chegava, eu nunca sabia se deveria provar ou rezar. Os meus receios sacrílegos eram acentuados pelo próprio garçom, que depositava o prato na mesa e, em voz baixa, confidenciava o milagre que eu tinha à minha frente:

– Pato defumado com pétalas de tomate e essências de jasmim.

Escutava tudo com reverência, dizia um "obrigado" que soava a "amém" e depois aproximava o garfo trêmulo, com mil receios, para não perturbar o frágil equilíbrio entre as "pétalas" e as "essências".

Em raros casos, sua santidade, o chef, aparecia no final. Para abençoar os comensais. No dia em que beijei a mão de um deles, entendi que deveria apostatar.

E, quando não são santos, são artistas. Um pedaço de carne não é um pedaço de carne. É um "desafio". É o teto da Capela Sistina aguardando pelo seu Michelangelo.

Nem de propósito: espreitei o site do Eleven Madison Park. Tenho uma novidade para dar ao leitor: a partir de 11 de abril, o Eleven vai fazer uma "retrospectiva" (juro, juro) com os 11 melhores pratos dos últimos 11 anos.

"Retrospectiva." Eis a evolução da história da arte ocidental: a pintura rupestre de Lascaux; as esculturas gregas de Fídias; os vitrais da catedral gótica de Chartres; os quadros barrocos de Caravaggio; a tortinha de quiche de ovo do chef Daniel Humm.

Gosto de comer. Gosto de comida. Essas duas frases são ridículas porque, afinal de contas, sou português. E é precisamente por ser português que me tornei um ateu dos "elementos", das "composições" e das "essências". A religião dos chefs, com seu charme diabólico, tem arrasado os restaurantes da minha cidade.

Um deles, que fica aqui no bairro, servia uns "filetes de polvo com arroz do mesmo" que chegou a ser o barómetro das minhas relações amorosas: sempre que estava com uma namorada e começava a pensar no polvo, isso significava que a paixão tinha chegado ao fim.

Duas semanas atrás, voltei ao espaço que reabriu depois das obras. Estranhei: havia música ambiente e a iluminação reduzida imitava as casas de massagens da Tailândia (aviso: querida, se estiveres a ler esta crónica, juro que nunca estive na Tailândia).

Sentei-me. Quando o polvo chegou, olhei para o prato e perguntei ao dono se ele não tinha esquecido alguma coisa. "O quê?", respondeu o insolente. "O microscópio", respondi eu.

Ele soltou uma gargalhada e explicou: "São coisas do chef, doutor." "Qual chef?", insisti. Ele, encolhendo os ombros, respondeu com vergonha: "O Agostinho". O cozinheiro virou chef e o meu polvo virou calamares.

Infelizmente, essa corrupção disseminou-se pela pátria amada. Já escrevi sobre o crime na imprensa lusa. Ninguém acompanhou o meu pranto.

É a música ambiente que substituiu o natural rumor das conversas. É a iluminação de bordel que impede a distinção entre uma azeitona e uma barata. É o hábito chique de nunca deixar as garrafas na mesa, o que significa que o garçom só se apercebe da nossa sede "in extremis" quando existem tremores alcoólicos e outros sinais de abstinência. Meu Deus, onde vamos parar?

Não sei. Mas sei que já tomei providências: no próximo outono, tenciono aprender a caçar. Tudo serve: perdiz, lebre, javali. Depois, com uma fogueira e um espeto, cozinho o bicho como um homem pré-histórico.

O pináculo da civilização é tortinha de quiche de ovo do chef Daniel Humm? Então chegou a hora de regressar às cavernas de Lascaux."


João Pereira Coutinho* in Folha de S. Paulo, 11/4/ 2017
* Escritor Português. È doutor em Ciência Politica. Escreve às terças e às sextas



sexta-feira, 26 de maio de 2017

Befern


Befern é uma marca de moda venezuelana, a abreviatura do nome da estilista Belén Fernández. Tem origens europeias, pois o pai é português e a mãe espanhola. A Belén dá muito boas sugestões e consegue interpretar o gosto das clientes. Comigo sabe que dou primazia à qualidade dos tecidos e não gosto muito de modelos muito elaborados, como se usa aqui.




A primeira vez que fui ao seu atelier foi para fazer-me a cópia de um vestido antigo, de uma familiar, que eu gostava muito e fiquei muito satisfeita com o resultado, pois era num material, que julgo ser difícil de trabalhar.

De seguida fez-me o vestido que usei no Dia Nacional de Portugal, em 2015.

 






                  Eu com a estilista Belén Fernández



De toda a roupa que me fez, vou sempre recordar o vestido para o casamento da minha filha, feito em shantung de seda, um modelo muito simples, mas que me fez sentir muito bem.




A última prova do vestido no atelier da Belén

(Devo dizer que para uma pessoa venezuelana, este vestido deve ser de uma demasiada simplicidade, pois aqui o habitual são casamentos à noite e as convidadas usam todas vestido comprido)




...ou este vestido de flores, que veio da Madeira em 1976 e finalmente terminado o ano passado.
A minha mãe, que também era vaidosa, falava sempre de um vestido de linho que teve, que foi alterado diversas vezes e acabou num pano de tabuleiro bordado..




Um toque venezuelano... para a passagem de ano na Madeira, em 2015.

Desejo à Belén muito sucesso na sua carreira internacional. Em novembro próximo está prevista uma passagem de modelos sua em Madrid.  Esta estilista estudou moda na Venezuela e passou pelo atelier, onde Carolina Herrera, também venezuelana, se formou no inicio da sua carreira.




A visita de Trump à Europa


Tem sido desastrosa, mas para mim o ponto alto foi a troca de presentes no Vaticano, onde o Papa ofereceu ao presidente americano a carta encíclica "Laudato Si" , uma reflexão sobre as questões ecológicas:

«Que los seres humanos destruyan la diversidad biológica en la creación divina; que los seres humanos degraden la integridad de la tierra y contribuyan al cambio climático, desnudando la tierra de sus bosques naturales o destruyendo sus zonas húmedas; que los seres humanos contaminen las aguas, el suelo, el aire. Todos estos son pecados». 

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Cerimónia de Condecoração

 na embaixada de França

A embaixadora da União Europeia foi hoje condecorada pelo governo francês na Embaixada de França. De nacionalidade francesa, desempenha funções diplomáticas há 16 anos e foi colocada neste país pela segunda vez, em 2013. Está agora de partida para a Argentina.
O primeiro país da América do Sul a ter uma representação diplomática da UE foi a Venezuela, devido à importância de cidadãos venezuelanos com passaporte da UE. São cerca de 600 mil de origem espanhola, portuguesa e italiana.

O Embaixador de França, F. Desagneaux a condecorar
A embaixadora da UE, Aude Maio-Coliche

Com a Encarregada de Negócios da Polónia

Com a minha amiga,  a embaixatriz de França, que regressará definitivamente ao seu país no próximo mês.

terça-feira, 23 de maio de 2017

Morreu Roger Moore, um dos 007




The New Yorker Cartoons



O actor Roger Moore, conhecido especialmente por ter interpretado o papel de James Bond, o agente 007, baseado nos romances de espionagem de Ian Fleming e de Simon Templar na série O Santo, morreu hoje na Suiça aos 89 anos vitima de cancro.




segunda-feira, 22 de maio de 2017

Comer e chorar por mais...

Estou convencida que o nosso gosto por certas comidas tem muito a ver com os paladares que fomos habituados desde criança. Daí a minha preferência pelos sabores madeirenses.

Encontrei um mapa da Madeira, onde são sugeridos os melhores locais para as diferentes especialidades da ilha. Só não percebo, porque incluíram hamburgers. Hamburgers madeirenses? Não conheço.. 

E esqueceram-se das fantásticas queijadas...





Os carapaus fritos não são únicos na Madeira, mas têm outro sabor. No mês passado comi uma excelente receita no restaurante João do Grão em Lisboa...











O cozido madeirense leva sempre cuscus, o que lhe dá um sabor diferente...além da batata doce..


Bolo do caco e lapas grelhadas no Porto Moniz

Contudo, o que tenho mais saudades são de lapas grelhadas, que nunca comi noutro local...


em Caracas



A melhor espetada para mim é a da Calheta; embora a do restaurante O Madeirense, nas Amoreiras seja muito boa, só que não é em pau de louro. No restaurante do Centro Português em Caracas também a fazem bem...












Outro prato madeirense que adoro são os filetes de espada preto. Mas para esse prato, o meu marido é um verdadeiro chef e foi ele que os preparou recentemente em Lisboa, quando aproveitei para estrear uma toalha nova comprada em Singapura, mas made in Portugal e reunimos um grupo de amigos...porém, dessa iguaria não tenho fotografias, pois os filetes desaparecem num instante..

Ai, que já estou a ficar com fome e ainda é cedo...

Bom apetite!!!

Dia do Abraço

Hoje em dia há praticamente dias para tudo. Hoje celebra-se o dia internacional do abraço...


Há culturas que expressam mais os sentimentos com muitos beijos e abraços, enquanto outras são menos calorosas...

Lembro-me sempre da tristeza de assistir nos EUA os diversos adolescentes chegarem ao carro dos pais, que os iam buscar à escola e sentarem-se sem qualquer forma de cumprimento, nem beijos nem abraços, enquanto que os meus filhos era a primeira coisa que faziam.

Anos mais tarde quando a minha nora (inglesa) veio pela primeira vez a Portugal e a levei ao aniversário da minha irmã- recebeu beijos de toda a gente e depois comentou que nunca tinha ido a uma festa com tantos beijos...aliás cada vez acho mais muitos hábitos britânicos parecidos com os americanos. Somos europeus e portanto parecidos, mas ao mesmo tempo muito diferentes...

Imaginem agora o filho trazer um amigo americano a casa e a mãe calorosamente (e com abraço) dizer que era muito bem vindo e se queria tomar algo...Bem passou-se comigo e o rapaz ficou atrapalhado...

Com isto não quero dizer que gosto de andar aos beijos e abraços com toda a gente, como vejo os políticos fazerem (em Portugal) ... Quando não conheço a pessoa um aperto de mão e um sorriso bastam...

Bem... hoje é um dia especial, que venha daí aquele ABRAÇO...



sexta-feira, 19 de maio de 2017

Mudança de bandeira



Segundo noticia de hoje numa revista portuguesa, o Embaixador de Portugal na Venezuela seguirá para um país que tem uma bandeira com as mesmas cores, só que as riscas em vez de horizontais passam a transversais. Sabem qual é?


Dizem que também é muito bonito...

terça-feira, 16 de maio de 2017

As velhinhas também se portam mal...


Acabei de ler este livro de Catharina Ingelman-Sundberg, uma escritora sueca, que está a ter muito sucesso, sobretudo nesta série de livros (este é o terceiro da trilogia que inclui The Little Old Lady Who Broke All the Rules e The Little Old Lady Who Struck Lucky Again). Penso que não está publicado ainda em Portugal. Comprei-o em Edimburgo, pois quando disse ao meu filho que não tinha nada interessante para ler ele fez questão de me deixar numa excelente livraria. Achei que este livro deveria ser diferente e realmente tem muito humor. Divertiu-me bastante, apesar dos factos relatados serem um pouco inverosímeis. 

Martha e o seu grupo de amigos decidem mudar os hábitos e estilo de vida da pequena comunidade, onde residem na Suécia e para isso necessitam de muito dinheiro... Não hesitam portanto em roubar pessoas, que fogem ao pagamento de impostos e até assaltam um banco...

Com este livro passamos a pensar que a velhice é afinal um estado de espírito, pois este grupo com idades compreendidas entre os setenta e tal e oitentas mantém-se jovem e ativo..

"Shall we dance? he added rather shyly and she nodded so sweetly that he felt completely lost. From her and all the others round about, there radiated such joie de vivre and warmth. One should live life and amuse oneself while one could. Wasn´t that just what she had said, that Martha?"

segunda-feira, 15 de maio de 2017

15 de maio: Dia Internacional da Família


O Dia Internacional da Família é celebrado neste dia há 23 anos.

A data foi escolhida pela Assembleia Geral da ONU, que entre outros objetivos procura:


 - destacar a importância da família na estrutura do núcleo familiar e o seu relevo na base da educação infantil;
- reforçar a mensagem de união, amor, respeito e compreensão necessárias para o bom relacionamento de todos os elementos que compõem a família;
- chamar a atenção da população para a importância da família como núcleo vital da sociedade e para seus direitos e responsabilidades;
- sensibilizar e promover o conhecimento relacionado com as questões sociais, económicas e demográficas que afetam a família.


Por coincidência, o meu neto, o membro mais novo da minha Família faz hoje três meses.

As fotografias mais antigas que tenho da minha Família (lado paterno) :

A Avó Rosa ( 1883- 1967). Foto de c. 1901 


O avô Manuel ( morreu em 1923) tocava violino. O meu pai também gostava muito de música e dizia que queria ter dez filhos para cada um tocar um instrumento...

O meu Pai (1909-1964)

Espero que gozem muito este dia. Eu fico à espera do verão para tirar uma foto de Familia, como as antigas, com todos bonitinhos, bem vestidos e barbeados...

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Conhecer as Lojas de Lisboa

com História...

Para além do embelezamento da cidade, a CML lançou um programa para dar a conhecer o património histórico e cultural de algumas lojas.

Com certeza esqueceram-se de algumas. Eu dei pela falta na lista da Fábrica Sant`Anna, pois ainda no mês passado estive lá, na Rua do Alecrim. Comprei um bonito candeeiro e abat-jour pintados à mão. Se der pela falta de mais alguma loja, podemos sempre escrever e reclamar o "esquecimento".



Foi uma ótima ideia. Ora vejam aqui


Boas compras ou bom apetite se for caso disso...

quarta-feira, 10 de maio de 2017

A mulher de ouro


Retrato de Adele Bloch-Bauer I de Gustavo Klimt (1907)


Gostei muito de ver o filme Woman in Gold (2005) na televisão. É baseado em factos reais.




Em 1998, a refugiada judia Maria Altmann (Helen Mirren) tentou recuperar uma obra de arte propriedade da sua família e roubada pelos nazis. Encontrava-se exposta no Palácio Belvedere em Viena (onde, ainda hoje em dia, está exposta a famosa obra O Beijo também de Klimt). Altman processou o governo da Áustria e conseguiu recuperar o retrato de Adele Bloch-Bauer (sua tia). A obra foi levada para os EUA e vendida por 135 milhões de dólares a Ronald Lauder (1944) um filantropo americano de origem judia, filho de Estée Lauder e irmão mais jovem de Leonard lauder, também colecionador de arte e filantropo. 


A pintura de Klimt está exposta desde 2006 em Nova Iorque na Neue Galerie. Nunca lá fui... (deixei os EUA em 2005). Fica para uma próxima oportunidade...




terça-feira, 9 de maio de 2017

Dia da Europa


Hoje celebrou-se o Dia da Europa, no ano do 60º aniversário do Tratado de Roma, que marcou o inicio da UE.

domingo, 7 de maio de 2017

Feliz Dia da Mãe


B & J lembram-se da história das formigas de Vila Nova de Milfontes? Pois hoje encontrámos uma formiga-mãe a levar comida muito maior do que ela...


Tive de deixar de tirar fotos, pois a formiga estava desorientada e a caminhar na direcção da água...

Foi com imagens como estas que criaram as minhas formigas de estimação...


Feliz Dia da Mãe!



Eu com a minha Mãe e Filhos em Marmaris, na Turquia, em 1992. Umas férias que ela adorou...


A foto que a minha Filha me enviou também tirada na Turquia no ano da nossa chegada (1989)


sexta-feira, 5 de maio de 2017

Dudamel e a crise na Venezuela


Gustavo Dudamel é um maestro e violinista venezuelano com uma carreira de grande sucesso internacional. Atuou diversas vezes em Portugal. Presentemente, é o maestro principal da Orquestra Sinfónica de Gotemburgo e diretor musical da Orquestra Filarmónica de Los Angeles.

Hoje reagiu na sua página de facebook à morte de um jovem músico nas manifestações que têm ocorrido quase diariamente na Venezuela e em especial em Caracas e que contam já com mais de três dezenas de mortos.

Com uma faixa negra onde está escrito o nome do músico Armando Canizales Carrillo, pode ler-se em castelhano e inglês:




LEVANTO MI VOZ / I RAISE MY VOICE



GUSTAVO DUDAMEL·QUINTA-FEIRA, 4 DE MAIO DE 2017


Mi vida entera la he dedicado a la música y al arte como forma de transformar las sociedades. Levanto mi voz en contra de la violencia y la represión. Nada puede justificar el derramamiento de sangre. Ya basta de desatender el justo clamor de un pueblo sofocado por una intolerable crisis. Históricamente el pueblo venezolano ha sido un pueblo luchador pero jamás violento.


Para que la democracia sea sana debe haber respeto y entendimiento verdadero. La democracia no puede estar construida a la medida de un gobierno particular porque dejaría de ser democracia. El ejercicio democrático implica escuchar la voz de la mayoría, como baluarte último de la verdad social. Ninguna ideología puede ir más allá del bien común. La política se debe hacer desde la consciencia y en el más absoluto respeto a la constitucionalidad, adaptándose a una sociedad joven que, como la venezolana, tiene el derecho a reinventarse y rehacerse en el sano e inobjetable contrapeso democrático.


Los venezolanos están desesperados por su derecho inalienable al bienestar y a la satisfacción de sus más básicas necesidades. Las únicas armas que se le puede entregar a un pueblo son las herramientas para forjar su porvenir: instrumentos musicales, pinceles, libros; en fin, los más altos valores del espíritu humano: el bien, la verdad y la belleza.


Hago un llamado urgente al Presidente de la República y al gobierno nacional a que se rectifique y escuche la voz del pueblo venezolano. Los tiempos no pueden estar marcados por la sangre de nuestra gente. Debemos a nuestros jóvenes un mundo esperanzador, un país en el que se pueda caminar libremente en el disentimiento, en el respeto, en la tolerancia, en el diálogo y en el que los sueños tengan cabida para construir la Venezuela que todos anhelamos.


Es el momento de escuchar a la gente: Ya basta. 
Gustavo Dudamel


quinta-feira, 4 de maio de 2017

Pudim Tres Leches


Apesar desta ser uma receita típica Venezuelana todos os ingredientes vieram recentemente de Portugal. Foi a sobremesa de um almoço servido ontem aqui em casa.

Ingredientes para 10 pessoas:
10 ovos+4 claras
20 colheres de sopa de açúcar + 12 colheres
30 colheres de sopa de farinha 
1 colher de café de baunilha
1 colher de café de sumo de limão
1 lata de leite condensado
1 lata de leite evaporado
1 chávena de leite de vaca (a mesma medida da lata de leite condensado)

Biscoito:
Bate-se primeiro as 10 claras em castelo. Junta-se o açúcar pouco a pouco, as 10 gemas batidas  e a baunilha. Tira-se da batedora e junta-se, por último, a farinha, peneirada, aos poucos.

Coloca-se a mistura num pirex untado de manteiga e polvilhado de farinha. Vai ao forno a 350 graus durante 25 minutos. Quando está dourado e se ao testar com um palito estiver seco, o biscoito está pronto.

Retira-se do forno e quando estiver morno pica-se todo com um palito. Quando estiver frio junta-se os três leites: Mexe-se à mão, com os arames, o leite condensado, evaporado e normal. Deita-se por cima do biscoito e o liquido escorre para dentro do pirex onde vai ser servido. 
Vai para o frigorífico. Pode ser feito de véspera.

Cobertura:
No dia que vai ser servido cobre-se com uma fina camada de merengue:  

Bate-se 4 claras em castelo e junta-se 12 colheres rasas de açúcar e 1 colher de café de sumo de limão.

Uma alternativa para cobrir o pudim são natas batidas, a que se junta um pouco de açúcar.

Regressa ao frigorífico. Corta-se com uma forma cortadora rectangular na hora de servir.

Nota: Se quiser fazer uma receita para menos pessoas, a proporção é para cada ovo 3 colheres de farinha e 2 de açúcar.

Bom apetite!
Esta é uma receita da nossa chef Marlene Faria.

Dia Nacional da Polónia


No dia 3 de maio, celebra-se o Dia Nacional da Polónia. Esta data marca a declaração da primeira constituição na Polónia, em 1791, a mais antiga da Europa  e a segunda do mundo, depois da Constituição dos EUA.



A encarregada de Negócios, conhecida pela sua simpatia, beleza e fluência em castelhano, cumprimentou-nos em Português, pois também está a estudar a nossa língua. Fez um discurso para assinalar a ocasião, quando se tenta aqui a todo o custo mudar a assembleia nacional, com uma maioria da oposição.

As ruas estavam desertas, porém horas antes havia barricadas e nos confrontos de ontem, além de muitos feridos, morreu um rapaz de 17 anos. Estes serão os heróis do futuro, mas o meu pensamento está com as famílias destes jovens que tentam mudar a situação vivida atualmente.





Houve a apresentação de um bailado com coreografia de Nina Novak, num clima de pretensa normalidade.


Neste dia lembro-me sempre das aulas que tive de polaco com uma senhora conhecida da minha mãe, a qual tinha conseguido sair da Polónia em criança, na altura do regime comunista. Com 4 casos de declinação para se exprimir correctamente, o alemão já é difícil. Imagine-se agora, com 7 casos, como será  o polaco...

Este é o terceiro ano que participo nesta festa.
O ano passado ainda estava cá a minha amiga polaca A, companheira de bridge.








Feliz Dia Nacional da Polónia





quarta-feira, 3 de maio de 2017

O Centenário de Fátima




Um terço gigante, da autoria da artista Joana Vasconcelos, foi inaugurado no Santuário de Fátima. A obra foi encomendada pelo templo no âmbito das comemorações do Centenário das Aparições.



Só visitei Fátima uma vez, em 2011 e fiquei bem impressionada com o aspecto moderno do recinto. Estava à espera de encontrar um templo dominado pelas imagens coloridas, que se vê à venda de Nossa Senhora e encontrei esculturas modernas como a do crucifixo. A recente encomenda a Joana Vasconcelos é prova disso.






O que realmente não gostei nada de ver foram pessoas de joelhos a pagar promessas.



A artista Joana Vasconcelos tem conseguido uma carreira com muito sucesso, por isso não fiquei admirada por ver um livro com as suas obras no museu de arte de Singapura.
Há realmente peças suas que acho interessantes, como o recente Galo de Barcelos e a decoração do cacilheiro "Trafaria Praia"; mas sobretudo o painel de azulejos pintados à mão, reproduzindo uma vista contemporânea de Lisboa, inspirada no grande painel de Lisboa de antes do terramoto, que se encontra no Museu do Azulejo.
Contudo há outras obras que não gosto, sobretudo os crochets que vi em exposição na Ajuda. 



Este ano comemoram-se os 100 anos das "Aparições de Fátima" aos três pastorinhos. Li recentemente em Lisboa a declaração de D. Carlos Azevedo, o delegado pontifício da Cultura no Vaticano, que disse ser o momento de se falar com a “linguagem exacta” sobre o que se passou há 100 anos na Cova da Iria: foram visões místicas, não aparições. “Maria não vem do céu por aí abaixo” (Público 21/4/2017).

Não tenho imagens religiosas em casa. Infelizmente, uma belíssima Nossa Senhora do século XVIII, feita em madeira pintada, que pertencia a uma tia-avó está no Porto, pois foi herdada por outros membros da família.

Este país é muito católico e recentemente ofereceram-me uma Nossa Senhora moderna feita de um fruto pintado. Gostei muito.