Hoje encontrei na net uma fotografia antiga do hotel Avis, que não cheguei a conhecer. Estava situado na Avenida Fontes Pereira de Melo, em Lisboa e foi inaugurado em 1933. O hotel era um antigo palacete, construído em 1904 para o proprietário e diretor do jornal O Século, José Joaquim da Silva Graça. Daí ser conhecido por Palacete Silva Graça.
Fotografia tirada do hotel, com a MAC em primeiro plano
Fotografia tirada do hotel, com a MAC em primeiro plano
O hotel de luxo funcionou durante quase três décadas e atraiu toda a gente importante da sociedade nacional e internacional. Foi a "casa" de Calouste Gulbenkian nos anos que viveu em Portugal (de 1942 a 1955). Evita Perón, os Duques de Windsor, o general Eisenhower, Maria Callas, o rei Humberto de Itália ou o escritor Somerset Maugham foram alguns dos notáveis que passaram por este hotel.
O restaurante do hotel Aviz foi o melhor e o mais requintado de Lisboa. No seu historial, há a referência ao banquete que o hotel serviu no Palácio da Ajuda à rainha Isabel II de Inglaterra e ao duque de Edimburgo, em 1957. Consta que os ovos utilizados na cozinha de João Ribeiro (o chef, como agora se diz) eram comprados à governanta de Salazar, D. Maria, que vendia ao Avis os ovos das galinhas criadas em S. Bento.
João Ribeiro ainda trabalhou no restaurante com o mesmo nome na Rua Serpa Pinto, após o hotel ter sido demolido em 1962 para dar lugar ao Imaviz e hotel Sheraton (quando vim viver para Lisboa, em 1976, o pequeno centro comercial daquele edifício estava muito na moda).
A propósito, hoje em dia estamos a assistir em Lisboa a muitas mudanças de ramo nos estabelecimentos comerciais, que não podem suportar as novas rendas. Foi com muita pena que soube que a casa Pitta, centenária, onde ainda se podia mandar fazer camisas por medida, vai também fechar.
Engraçado, por outro lado, constatei que muitos restaurantes agora chamam-se taberna ou tasca o que, certamente, assustaria as "tias" do passado e ainda pastelarias intitulam-se padarias. Modernices...