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quarta-feira, 31 de julho de 2019

O Senhor 1 Leu


Nicolae Iorga (1871-1940) está representado na nota romena de 1 Leu (pouco mais de 20 cêntimos )

Além de primeiro-ministro entre 1931 e 1932, foi historiador, poeta, dramaturgo e professor universitário.

Hoje, emprestaram ao meu marido um livro de sua autoria sobre uma viagem que fez a Portugal.


O País Latino mais Afastado da Europa: Portugal

"O grande historiador e homem de cultura, o romeno Nicolae Iorga (1871 – 1940), sintetizou ao nível cultural as relações luso-romenas, num capitulo dedicado a Camões na História das Literaturas Românicas (Bucareste, 1920) num estudo de 1925, Um Príncipe Português Cruzado na Valaquia do século XV trata do encontro entre os príncipes D. Pedro (das Sete Partidas) e Dan II de Valaquia. Em Março de 1928 Iorga fez uma viagem a Portugal e deu conferências na Sociedade de Geografia sobre os países latinos e a latinidade. O jornal bilingue romeno-português Diáspora Romena e Moldava, nº 2, dedicado ao Nicolae Iorga, o homem que mais escreveu no mundo, dá conta da forma como foi ilustrada a visita do grande professor universitário e académico na imprensa daquele tempo. Visitou Coimbra, Lisboa, Porto e Évora, onde descobriu um retrato desconhecido de Miguel o Bravo, o príncipe que unificou pela primeira vez os três principados romenos em 1600. Regressando à Roménia promoveu a realidade portuguesa realizando quatro palestras e publicando uma obra intitulada O País Latino mais Afastado da Europa: Portugal (Bucareste, em 1928) (cf. Dan Caragea, iorga em Portugal, jornal Diáspora Romena e Moldava, nº2, p.4)".


Sabem quem foi este menino?

Afonso Henriques Maria Luís Pedro de Alcântara Carlos Humberto Amadeu Fernando António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Júlio Volfando Inácio de Saxe-Coburgo-Gotha e Bragança... o que um príncipe sofre...imagine a sua 1ª classe...

Nasceu neste dia, em 1865.

Era o filho mais novo do Rei de Portugal Dom Luís e da Rainha Dona Maria Pia e o seu irmão, o futuro Rei Dom Carlos. O infante D. Afonso partiu com a sua família para o exílio em 5 de Outubro de 1910. Casou com Nevada Hayes e faleceu em Nápoles, em 21 de Fevereiro de 1920.  




Referência:


https://www.facebook.com/Pal%C3%A1cio-Nacional-da-Ajuda-409798699080435/?__xts__[0]=68.ARCKd9LPxetrX5izz9OYl-VUKB9nBQCBBzeK4kmooAB290Oc8CupZxY5MybimTMjM4RjgKEY4AhI0_7tuZzBcyl-3UFd9WboiGccSalosJj0lGZfpwanNXPAUrON3KcrKWtEPwnGbimvmQy0DDPdH7EwFZEeNpvHcaAR9Rjo80ZAecJ4eLyr_iH2w2PMFtzk3OaoV9aGJ5GVjj00Z7rcECaJKZlY-2HpiKQvMqEL102cRZEdIwRq6HIb0vLHkDa1jSP2zEWmAXidOZOF_-78NvZmOlmo7kX9M6Jd36t40_TJWyoZTp-MEb1-KMAJn3g3e0vSfzDblE_5SKihjHgtBdxQYw&__tn__=k*F&tn-str=k*F

consultado em 31 de julho de 2019



Visita a Maramureș

Mapa da Roménia

Mapa de  Maramureș












As igrejas de madeira são o ponto de referência desta região do norte da Roménia.

Desde o século XIV os cristãos ortodoxos romenos foram proibidos pelos governantes húngaros, católicos, de construirem as suas igrejas em pedra; resolveram então construí-las em madeira.
As oito igrejas em madeira, hoje em dia Património Mundial da Humanidade da Unesco: BârsanaBudeștiDeseștiIeudPlopișPoienile IzeiRogozȘurdești são do século XVIII e XIX, construídas depois das invasões dos tártaros.

A cidade mais a norte da Roménia, junto à fronteira com a Ucrânia, Sighetu Marmației é o local ideal para ficarmos para melhor visitar a região. Fica a cerca de 600 km da capital romena e não é aconselhável fazer o percurso todo de seguida, porque a maior parte do caminho é feito em estradas nacionais com muito movimento.



Encontramos no caminho muitas troiță, cruzes feitas sobretudo em madeira para os caminhantes poderem orar ou então para sinalizar uma interseção do caminho.


O simpático hotel Grădina Morii em Sighetu
Igualmente importantes nesta zona são os portões de algumas casas construídos para dar ênfase à riqueza dos seus habitantes.










Gostei muito de ver alguns poços nas casas com coberturas decorativas à semelhança do que encontrara o ano passado em Bucovina.





Das 8 igrejas em madeira Património Mundial só não visitei uma: Rogoz, mas fui a outras não incluídas naquela lista, mas também dignas de uma visita atenta. 

1- A Igreja dos Arcanjos Miguel e Gabriel de Plopiș (1798) estava a ser restaurada.




Na casa da cuidadora admiramos a decoração tipica da regiâo com um belo tapete centenário e comprei um colar com um desenho semelhante.

2- A igreja de madeira de Șurdești (1766) foi construída inicialmente para a comunidade greco-católica, mas em 1948 passou para os ortodoxos, quando o regime comunista aboliu esse culto. Em 1990, voltou a pertencer à comunidade de origem. 

A altura da igreja alcança 72m, motivo pelo qual foi considerada a mais alta igreja em madeira da Europa. Em 2003, foi "ultrapassada" pelo novo mosteiro Săpânţa Peri construído em Maramureș com 78m.





3- A igreja de madeira de S. Nicolau em Budești (1643) tem o telhado com 2 beirais em dois níveis.









































4- A igreja de madeira de Santa Parascheva de Deseşti




5- A igreja de madeira de Ieud


Estavam a terminar os trabalhos de restauro.


 


6- A igreja de madeira de Poienille Izei



7- A igreja de madeira de Bârsana (1720)



Esta foi a última igreja do Património da Humanidade da Unesco (1999) que visitámos. Só a vimos por fora, pois já estava fechada. Tinha muitas janelas com vidros e podiamos ver que o interior era muito mais claro do que as anteriores.

A minha irmã dizia que nunca imaginou visitar tantas igrejas em dois dias e como se não bastasse ainda fomos a Botiza, Rozavlea e ao novo mosteiro de Săpânţa Peri, que está registado no Livro dos Recordes como a igreja em madeira mais alta do mundo e cuja torre pode ser observada a 5km de distância, em território que pertence hoje em dia à Ucrânia.


Estas igrejas em madeira são únicas no mundo pela sua arquitetura. Em Georgetown, na Guiana visitei a catedral gótica anglicana de S. Jorge (1892), toda em madeira e considerada o maior edificio do mundo construído em madeira, mas a arquitetura é completamente diferente...


Săpânţa Peri
Para acabar em beleza fomos ao novo mosteiro de Bârsana, um complexo com muitos edificios muito bem cuidados e um museu, onde as freiras vendem trabalhos feitos por elas. Muitas pessoas só visitam este complexo, mas a igreja antiga de Bârsana (a que foi incluída no Património da Humanidade da Unesco) está um pouco afastada e escondida, como dizia o Dumitru, orgulhoso por conhecer todos os sitios.




Durante a II Guerra Mundial, Maramureș foi governada pelos húngaros, que se aliaram à Alemanha nazi. A população judia de Sighetu e das aldeias ao seu redor foi deportada para campos de concentração na Polónia.
Depois do final da guerra, o governo comunista estabeleceu em Sighetu uma das prisões de alta segurança mais conhecidas para dissidentes, intelectuais e todos os que se atrevessem a desafiar o regime. Hoje em dia, esse estabelecimento prisional é um museu em memória das vitimas do comunismo e da resistência. Visitei-o, mas as explicações estão todas em romeno e não é prático consultar um caderno que nos dão em inglês. Também o funcionário parecia ter levado a peito a sua função de trabalhar numa prisão e era muito antipático. Não recomendo.



Retrato de Elie Wiesel na sua casa-museu

























Um passeio pela aldeia de Breb é obrigatório. Logo que o carro parou para eu tirar umas fotografias a umas casas tipicas, com o telhado ainda revestido em madeira, à maneira tradicional, vieram dizer-nos que eram propriedade do Príncipe de Gales...
























Apesar das igrejas de madeira serem a maior referência de Maramureș, a visita ao "cemitério feliz" de Săpânţa e uma viagem no comboio Mocăniță também são aconselhadas nos guias turisticos. Enquanto que o primeiro fica a cerca de trinta minutos de Sighetu, para apanharmos o comboio em Vişeu de Sus demoramos um pouco mais de 1 hora e o passeio de comboio até ao vale de Vaser demora cerca de 2.15 h para cada lado, o que significa uma manhã e meio da tarde dedicados a esta viagem.

O comboio Joana


E assim cumprimos o programa de Maramureș do roteiro  que fiz para a viagem da minha irmã à Roménia. Outras descobertas nos esperavam até ao regresso a Bucareste.



















No campo em  Maramureș
25 e 26 de julho de 2019