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quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Vital Fontes Servidor de Reis e de Presidentes















Em 1945, o jornalista luso-espanhol Rogério Pérez publicou as memórias de um antigo mordomo do Palácio de Belém, Vital Fontes (foto 1). Esgotado há várias décadas, o livro foi reeditado pelo Museu da Presidência da República, com o apoio da Imprensa Nacional, em outubro do ano passado (foto 2).
Tentando pôr as leituras em dia, o que nunca consigo, pois são sempre mais os livros que temos do que os que conseguimos ler, passei um dia agradável a ler estas curiosidades. Às vezes lembrei-me da minha avó Maria, que contava muito bem as histórias do passado e da Bíblia, que eu adorava escutar. 


Vital Fontes já tinha 84 anos, quando contou ao jornalista as suas histórias de reis e de presidentes nos palácios da Ajuda, Necessidades e Belém. Nesta edição, cuidadosamente anotada e ilustrada, são dadas explicações ao leitor, nas três partes que constituem o livro: Monarquia a partir de D. Pedro V e República (subdividida em duas partes), até à época do Presidente Carmona.

Apesar da sua grande estima pela Rainha D. Maria Pia, depreende-se que esta não deveria ter feitio fácil. Lembrei-me o que já me tinham dito em Mafra numa visita guiada há muitos anos:
"Era muito irrequieta ...as viagens dum lado para o outro do País deram-me muito trabalho porque naqueles vários palácios nada havia capaz e tudo tínhamos de levar de cá. Para fazer as coisas como a Sra D. Maria Pia desejava tinha de se andar dum lado para o outro com carrões de móveis e roupas, porcelanas e cristais...da Ajuda para Mafra ia tudo...até um piano, e logo atrás um afinador, que com a Srª. D. Maria Pia tinha que andar tudo afinado... em Mafra fez montar o primeiro elevador que se conheceu em Portugal. Era capaz de subir dez pessoas, mas à custa doutros tantos homens que o puxavam à corda" (pág 30-31).


O Príncipe de Gales, futuro Rei Eduardo VII de Inglaterra "foi à Pena numa burricada, que era o transporte que então estava na moda. Gostou do burro que montava, mas ficou muito irritado quando o dono lhe disse que, em recordação de tal honra, ia pôr ao burro o nome de Príncipe de Gales...o futuro rei de Inglaterra respondeu dizendo que pedisse dinheiro pelo burro, pois o queria ele comprar...e levou o burro no barco para Inglaterra... para que ninguém diga que monta o príncipe de Gales- explicou".



Já na República contou outras histórias engraçadas:




Uma couve de Columbano. Não sei se terá sido esta que se refere a história, pois a natureza morta foi leiloada após a morte do Presidente.

"É bem conhecido aquele caso de o Sr. Dr. Manuel Arriaga ter comprado um quadro do grande pintor Columbano. Foi às Belas Artes, viu o quadrinho, que representava uma couve, e enganou-se no preço. Quando percebeu que eram mil escudos e não 100 mil réis, não quis confessar o engano, para não ofender o pintor. Mas ao chegar a Belém, o Sr. Presidente não se conteve e disse:- Nunca julguei que uma couve fosse tão cara". ( pág 78)

"...Silva Passos atravessava um período de crise económica e pediu ao Sr Dr. Bernardino Machado que o nomeasse cônsul não sei onde. O senhor doutor olhou-lhe o fato, e disse: - está bem, meu caro Silva Passos; mas como um representante de Portugal se deve apresentar bem, trate antes de me aparecer com um fato digno de si e do cargo. O Sr. Silva Passos lá arranjou um fato novo e apareceu todo janota, como ele sabia ser. O Sr. Dr. Bernardino olhou-o muito contente e disse: - ainda bem, meu caro Silva Passos, pelo que vejo já não está em dificuldades e já não precisa de emprego" (pág. 104).


"O Sr. Teixeira Gomes nascera no Algarve, mas andara pela Andaluzia e por Marrocos, e depois pela Inglaterra. Era muito correcto, muito elegante, parecia um príncipe árabe vestido em Londres...do seu bolso particular pagava, além dum criado, a um moço e a uma lavadeira...À mesa quando vinha o consomé ou qualquer prato de galinha, dizia que lhe fazia mal ao fígado, e não se servia; mas se era mayonaise de lagosta, por exemplo, servia-se bem. (pag 121)




E quase a terminar menciona a viagem do Presidente Carmona a África, parte de onde não retiro citações, que seriam consideradas "politicamente incorretas" e poderia ser mal interpretada. 




Cu um kil de carne si un litru de vin nu se moare de foame


"Com um quilo de carne e um litro de vinho não se morre de fome" diz Ioana Bivolaru, embaixadora da Roménia em Portugal à Volta ao Mundo.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Afinal o que é um Snob?


 A primeira edição da revista The New Yorker com a imagem que se tornou mascote da revista.

Acabei de ler "Os Ricos" de Maria Filomena Mónica (A Esfera dos Livros, 2018), um interessante retrato sociológico das famílias mais ricas de Portugal, nos últimos dois séculos. Aí a autora explica a origem do termo snob:
" O termo snob provém do costume de os colégios de Oxford e Cambridge escreverem a expressão sine nobilitate, ou a sua abreviatura s.nob, por baixo dos nomes dos estudantes que, ao  apresentar-se a exame, não usufruíam do estatuto de nobre. No principio de Oitocentos um snob era alguém que não tinha antepassados de sangue azul. Com o tempo, o termo adquiriu um sentido alargado, incluindo não só quem gostaria de ser nobre mas, até certo ponto, os próprios nobres" (pag. 288).

A primeira vez que me vi inserida num ambiente que considerei muito hostil e snob, foi precisamente em Oxford, em 1976, quando passei um fim de semana com uma família inglesa, conhecida da mãe da  amiga (também ela inglesa), que me acompanhou numa viagem de interrail pela Grã Bretanha. A Revolução de Abril ainda era assunto quente de conversa na Europa e não sei quem resolveu dizer a esta família que eu era socialista. Fui um motivo de chacota e não consegui fazer passar a minha mensagem ingénua. Prefiro recordar a sobremesa: comi pela primeira vez framboesas com gelado de baunilha e estava mesmo bom... No fundo o que eu queria era não haver pobreza. A propósito de recordações dessa época, lembrei-me agora de um momento, que se dizia ter envolvido Otelo Saraiva de Carvalho e um membro do governo sueco, quando perguntaram aquele militar português, qual a sua ambição politica e ele respondeu "Quero acabar com os ricos" ao que a parte sueca teria respondido: " Nós, aqui, queremos é acabar com os pobres".

Na Madeira fui a uma festa de um colega meu, quando ainda andava no liceu. Lembro-me dos criados fardados e o ambiente de ostentação. Quando me perguntaram qual o chá que queria numa lista enorme, onde não aparecia o mais corriqueiro usado lá em casa, fixei um e respondi da mesma maneira. Aqui eu estava no gozo, o que não aconteceu em Inglaterra. Aquele ambiente pouco natural  tem a sua explicação: o meu colega além de muito feio, não tinha graça e as suas conversas eram insuportáveis. Talvez assim, exibindo a sua riqueza... pensasse agradar a alguém...

Hoje em dia, encontramos outro tipo de snobeira: a intelectual, sobretudo se houve na educação uma passagem por universidades britânicas elitistas. Não é que há pouco tempo, na minha casa tiveram o desplante de dizer, olhando para as mesas de cabeceira do meu quarto. " Não me digam que andam a ler o Lee Child. Por favor, escondam isso". Só que a idade e o meu estatuto já me ensinaram muita coisa e respondi: " Olha, vai ver se está a chover"...

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Aristides de Sousa Mendes no NYT





O The New York Times escreveu um artigo sobre Aristides de Sousa Mendes por ocasião da celebração do Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, em 27 de janeiro.

sábado, 26 de janeiro de 2019

A sabedoria do Papa






O Papa voltou a falar da necessidade de construir pontes e não muros, desta vez no Encontro de Juventude no Panamá.


"Nós sabemos que o pai da mentira, o diabo, prefere uma comunidade dividida e a brigar. O critério para dividir as pessoas é este: Os construtores de pontes e os construtores de muros. Esses construtores de muros plantam o medo e querem dividir as pessoas. O que querem ser?" Perguntou a milhares de católicos juntos no Panamá para celebrar o Dia Mundial da Juventude. A multidão respondeu em coro "CONSTRUTORES de PONTES" e o Papa respondeu: "aprenderam bem. Gosto disso" .


As palavras do Papa parecem ser uma inequívoca referência à proposta de Trump para construir um muro na fronteira dos Estados Unidos com o México. Parece que não vai acontecer, pois o Congresso americano não aprovou o financiamento para a iniciativa, resistindo às pressões.


O Papa tem sido feliz em muitas das suas observações e comentários. Aquele momento foi uma dessas ocasiões. Espero ter a oportunidade de o ver mais próximo, quando vier, em maio deste ano, à Roménia.


sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

A biografia de Michelle Obama




Acabei de ler a auto-biografia de Michelle Obama. É uma obra inspiradora e otimista.  Está estruturada em três partes: "Eu, Nós e Mais". Na primeira parte revela pormenores da sua infância num bairro do South Side de Chicago e da família: um pai doente com esclerose múltipla, com grande sentido de dever e do que seria melhor para os seus dois filhos, a própria Michelle e o seu irmão mais velho Craig; e também uma mãe sempre disponível, que só começou a trabalhar fora de casa, quando os filhos já eram quase adultos. Os pais sempre valorizaram a educação e o exprimir-se de maneira correta, sem a utilização de gíria. Talvez por isso, refere-se a um episódio da adolescência, quando uma prima lhe disse que falava como os brancos.

Licenciou-se em Princeton, uma universidade de prestígio da chamada "Ivy League" e depois estudou Direito em Harvard. Foi advogada, numa prestigiada firma de advocacia de Chicago, onde conheceu Barack Obama, um estagiário cheio de recomendações e com fama de ser intelectual.

Na segunda parte, revela como é o marido: muito seguro de si, desinteressado em relação às coisas materiais, desorganizado e disponível para se dedicar a vários projetos ao mesmo tempo. Sublinha ter sido o maior apoio para a própria Michelle Obama escolher outra carreira de que gostasse, pois descobriu detestar ser advogada. Deixou então o emprego, onde ganhava bem, para trabalhar na Câmara Municipal de Chicago. Mais tarde, foi convidada para trabalhar na universidade de Chicago e no centro de saúde do mesmo estabelecimento universitário, funções exercidas com dedicação, numa altura que já era mãe de duas filhas. Confessa ter sentido,  por vezes, raiva do trabalho do marido em politica, porque o mantinha afastado da família por muito tempo, pelo que resolveram procurar aconselhamento matrimonial (quantas mulheres europeias com maridos famosos escreveriam sobre estes pormenores íntimos?)

A última parte, "Mais" coincide com o estatuto de Primeira Dama dos Estados Unidos e a sua dificuldade de adaptação, nos primeiros tempos. Gostei da afirmação de estar ainda hoje em dia a tornar-se Michelle Obama, sobretudo depois do que já alcançou, o que mostra abertura perante a vida e esperança no futuro. Assim, espera viver outras aventuras, pois, como diz, não devemos estagnar após a concretização de um objectivo. 


Das muitas visitas que fez a companhar o marido escreve apenas sobre a primeira ao Reino Unido e da gaffe que cometeu ao abraçar a Rainha a quem não é suposto tocar-se. Esse gesto de afeto surgiu na sequência do desabafo da Rainha em dizer-lhe como ela era tão alta e como os pés das duas já estavam a doer dos sapatos. Das últimas visitas que os Obama fizeram foi novamente aquele país e tinha sido acertado pelos serviços de protocolo, que viajariam de helicóptero de Londres para o Castelo de Windsor. Aí seriam recebidos pela rainha e o marido, o qual os conduziria de carro até ao Palácio. Ela deveria sentar-se com o Duque de Edimburgo à frente e atrás seguiria o marido com a rainha, só que esta trocou-lhe as voltas e disse para se sentar consigo atrás. Como a rainha a viu hesitar, perguntou-lhe se lhe tinham dito outra coisa não fazia mal nenhum, pois podia sentar-se onde quisesse.

Gostei muito do livro e da sua franqueza, o qual tem partes muito bem conseguidas, principalmente quando menciona a doença do pai, uma amiga que morreu muito jovem e a sua visita a África para conhecer a avó do marido e o seu desencanto por estar perante uma cultura, onde estariam as raízes, dos seus antepassados, mas que lhe dizia tão pouco como americana. 


A criação de uma horta foi o projeto para a Casa Branca de Michelle Obama como Primeira Dama. Simbolicamente, visou sublinhar a importância de uma alimentação saudável em especial para as crianças,  na luta contra a obesidade; e também a necessidade de praticar exercício físico constituiu outro aspecto a que deu relevo.


quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Arte, comida e música

Arte, comida e música pode ser a temática do dia de hoje, além da temperatura bastante baixa e piso muito escorregadio. De manhã estava até temperatura positiva: 1 grau, mas com o vento parecia estar mais frio do que quando tivemos -7. À hora de almoço choveu e o piso ficou gelado, muito difícil de andar.



Mesmo assim, fomos de manhã visitar uma galeria de arte e ficámos a conhecer mais alguns pintores romenos.



Almoçámos num novo restaurante, que se chama POESIA. Bonito nome. Lembrei-me logo da Sophia de Mello Breyner, pois este ano comemora-se o centenário do seu nascimento. Recentemente li a obra biográfica do seu filho, Miguel Sousa Tavares, "Cebola Crua com Sal e Broa", que revela algumas facetas da mãe.
O ambiente do restaurante era agradável, o serviço simpático e a comida saborosa

Os Frutos

Assim eu queria o poema:
fremente de luz, áspero de terra,
rumoroso de águas e de vento

Eugénio de Andrade (1923-2005)


À noite fomos ao Ateneul Român ouvir a 40ª Sinfonia de Mozart e a 4ª de Mahler.


A soprano, Laura Nicorescu, era jovem, graciosa e tinha um lindo vestido.



Impossível resistir a um fim de dia assim. Acho que este feriado romeno, 24 de janeiro, foi um dia feliz, talhado para o meu marido, pois hoje é o seu aniversário.


No regresso a casa ainda admirámos as iluminações de Natal, que continuam ligadas.



Gosto especialmente desta, na Avenida dos Aviadores, perto da minha casa.

A árvore de Valentin Scărlătescu


Hoje visitámos a Galeria Romana, em Bucareste. O atendimento foi muito disponível e atento com a qualidade de também nos deixar sozinhos para apreciar os quadros . Gostei de muitas obras expostas de pintores romenos da atualidade (bastantes do grupo Prologue), mas esta árvore encheu-me o olho. O seu autor Valentin Scărlătescu nasceu na Roménia, mas vive em França. 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Exposição a celebrar o Dia da Unificação

24 de janeiro é feriado na Roménia. Celebra-se a União dos Principados. Nesse mesmo dia em 1859,  Ioan Cuza (1820-1873) tornou-se o Príncipe  da Valáquia e da Moldávia, que se uniram e formaram a União dos Principados da Roménia. Em 1866, a nova constituição nomeou o país Roménia. Aquela união revelou-se o acontecimento decisivo para a formação do estado romeno.

Mais tarde, em 1 de dezembro de 1918, a Transilvânia, Banat, Crisana e Maramures uniram-se à Roménia. Esta data da  segunda União, intitulada a Grande União, transformou-se no dia Nacional da Roménia.








Hoje, fui à abertura de uma exposição no palácio Cotroceni, o qual, hoje em dia, tem uma parte museu, sendo a outra a residência oficial do Presidente da República. A mostra comemora o Dia da Unificação.  Apesar do convite feito a estrangeiros, os 55 minutos de discursos foram feitos só em romeno por cinco pessoas. A exposição foca sobretudo a vida do Príncipe Ion-Cuza naquele Palácio e tem legendas apenas em romeno. Visitou-se em 10 minutos.









Quando estive em Iași, em setembro do ano passado, visitei o palácio, onde viveu Ioan Cuza entre 1859 e 1862, hoje chamado O Museu da União.



Há muitos dias que não saía, porque tive uma grande inflamação nos olhos que me deixou de pálpebras inchadas e papos com olheiras. Apesar dos olhos ainda estarem vermelhos, já me sinto muito melhor.  Em Caracas tive uma infecção semelhante e o meu marido "diagnosticou" que devia ser alergia a alguma planta, devido à minha obsessão com a jardinagem, o que foi corroborado pelo médico. E agora, que nem tenho jardim?

sábado, 19 de janeiro de 2019

"The Mule"


"The Mule" é o último filme realizado e produzido por Clint Eastwood, que também é o actor principal. Tem também um naipe de atores muito conceituados, aliás habitual nas obras de Eastwood. É um filme amargo, como que uma redenção e despedida. Gostei muito e dei comigo a sair do cinema a chorar e a  perguntar a mim mesma, o que leva um homem como Clint Eastwood a dar o seu apoio à candidatura de Trump. Realmente há verdades, que a razão desconhece...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Um dia muito musical



Hoje realizou-se na Residência da Embaixada da Bélgica um concerto de Ano Novo com a pianista vietnamita Ho Thi Ngoc, no âmbito dos encontros para cônjuges de diplomatas  chefes de missão (Spohom). O programa foi variado e alegre. Seguiu-se um almoço. À chegada foi apresentada a nova membro, casada com o  embaixador da Venezuela recém chegado. Senhora muito risonha e jovem. Difícil foi a comunicação, pois só fala russo...


A residência tem uma estrutura muito pesada. Foi construída em 1922 por um arquitecto francês para um rico romeno, que não teve depois meios para acabar o edifício, o qual foi adquirido pelo governo belga em 1928. É sumptuosa e rica, mas não faz o meu estilo de casa.





À noite tivemos convites para assistir a um concerto com três peças de Haydn na Casa Radio. Uma grande sala de espetáculos na capital, com capacidade para cerca de mil pessoas. Estava cheia. Foi a primeira vez que a visitei. Tem um hall amplo com belos lustres e uma estátua do grande músico romeno, George Enescu (1881-1955). Gostei muito. Dia bem passado, pleno de música.

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Despedida dos Embaixadores da Suíça


Hoje, foi a despedida dos Embaixadores da Suíça, que partem  da Roménia. Reformam-se também, depois de 25 anos de serviço, o que foi muito comentado, pois na maioria dos países trabalha-se mais tempo até à reforma. O Núncio, o decano do corpo diplomático, disse ser da mesma idade do Embaixador da Suiça e ter de trabalhar mais dez anos. 

A receção decorreu um pouco afastada dos locais habituais; mas apesar disso e do tempo (hoje nevou mais) pouco propício para grandes saídas, muitas pessoas compareceram, pois são um casal muito simpático, apesar de eu conhecer melhor a mulher, muito activa nos encontros das mulheres dos chefes de missão.

Gostei de me arranjar para a ocasião e de estrear uma bonita carteira de toilette, oferta da minha filha. Achei engraçado o Núncio, à nossa chegada, ter logo observado eu ir vestida à chinesa. Disse-lhe que sim, mas o meu casaco é de Cachemira

Espero que tenham uma feliz reforma. Eu já sei o que quero fazer quando chegar a minha vez. 


















domingo, 13 de janeiro de 2019

Adega 23



No passado dia 8 de janeiro, fomos à consulta de oftalmologia da Dra Manuela Carmona, para uma revisão. Fui operada por ela à miopia, há mais de vinte anos. É simpática e conversadora e dispõe bem as pessoas logo à entrada do consultório. Como sabe que a maioria das vezes estamos a viver no estrangeiro a conversa, ao longo da consulta, costumava ser acerca das suas experiências de viagens. Desta vez o assunto foi diferente. Depois de perguntar como nos estávamos a adaptar à Roménia, que sabia que produzia vinho, (na verdade neste país tem havido um grande incentivo para a produção de castas nativas como Fetească Neagră, que produz um excelente vinho) informou-nos que  tinha agora um hobby: dedicava-se à produção vinícola e criara uma adega, para a qual abrira um concurso de arquitetura, sendo vencedora a construção moderna da imagem, revestida a cortiça, que nos mostrou num panfleto. Rui Reguinga é o enólogo responsável e a adega recebe visitantes para provas de vinho.





O meu marido e eu ficámos curiosos, pois não é comum uma médica montar um projeto agrícola tão ambicioso. Terminada a consulta resolvemos ir procurar o vinho, cuja primeira produção foi o ano passado.  Encontrámos sem dificuldade na loja gourmet (6º andar) do Corte Inglês, que fica perto do consultório. Comprámos branco e tinto, que não tivemos oportunidade ainda de provar, mas entretanto oferecemos uma garrafa a um amigo, que nos costuma brindar sempre com vinhos de muita qualidade, e ele gostou muito.

Desejo à Dra Manuela Carmona muito sucesso neste seu investimento.



https://beiranews.pt/2018/06/adega-23-inaugurada-em-vila-velha-de-rodao/

https://www.publico.pt/2018/10/20/fugas/noticia/manuela-uma-autoestrada-e-vinhas-onde-nao-havia-nada-1847776

https://www.archdaily.com.br/br/888415/adega-23-atelier-rua

http://www.gazetadointerior.pt/noticias/ano-2018/1539/concelhos/vila-velha-de-rodao/adega-23-apresenta-a-primeira-colheita.aspx

sábado, 12 de janeiro de 2019

O meu primeiro nevão em Bucareste

A última vez que vivi num país com neve foi nos Estados Unidos, em Dartmouth, em 2005. O ano passado não cheguei a ver neve na Roménia, pois saí no Outono e só regressei na Primavera.

Ontem aterrei em Bucareste às 5.30 am locais. Estava a nevar...


Depois de muito descanso, hoje resolvemos ir visitar o parque Herastrau. Só tive de me agasalhar bem (estão sete graus negativos) e atravessar a rua.






Já tinha saudades de neve...

sábado, 5 de janeiro de 2019

Parque Mayer


Parque Mayer é o novo filme de António- Pedro Vasconcelos.




Retrata parte da sociedade lisboeta no ano de 1933, altura que o Parque Mayer (Av. da Liberdade) era um local de boémia com vários teatros de revista, restaurantes, casas de fado e outros divertimentos.






Quando vim viver para Lisboa, em 1976, aquele espaço e o teatro de revista estavam em declínio. No entanto, ainda fui ver uma revista, de que não gostei nada, num teatro com ar degradado e cheiro a bafio. Também me recordo de ter ido a um restaurante, que estava muito na moda, propriedade da actriz Rita Ribeiro. Esperámos imenso tempo e a comida não valia a espera.
O filme que fui ver hoje retrata uma época de ouro do Parque Mayer, que, naturalmente, não conheci, mas seria, segundo dizem, o local de diversão mais importante de Lisboa com um público bastante variado. Gostei muito e recomendo. António Pedro Vasconcelos é um excelente realizador e tenho gostado muito dos seus filmes, desde O Lugar do Morto.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Sabonete em forma de peixe







Hoje, tive um almoço muito simpático com uma amiga, que não via há muito tempo. O prato estava muito bom e bem apresentado e a vista sobre o rio com o sol a bater na janela fez esquecer o frio, que fazia lá fora. 



Ofereceu-me um sabonete em forma de sardinha para usar na cozinha. Elimina os cheiros de peixe, quando cozinhamos. O aroma é muito agradável e ao abri-lo pensei que, se o encontrar, podia oferecer em Bucareste a "colegas" estrangeiras. É da marca de prestígio Castelbel e uma maneira de promover os nossos produtos em vez de levar chocolates ou flores.

Obrigada M, pela ideia e pelos presentes.