Hoje, dia 30 de novembro, é o dia de Santo André, o padroeiro da Escócia e da Roménia.
Santo André no mosteiro junto à gruta do mesmo nome na Dobrogea, Roménia, em 2017.
Hoje, dia 30 de novembro, é o dia de Santo André, o padroeiro da Escócia e da Roménia.
Santo André no mosteiro junto à gruta do mesmo nome na Dobrogea, Roménia, em 2017.
Ontem, morreu aos 100 anos Henry Kissinger um dos mais notáveis estadistas norte-americanos do século XX, Prémio Nobel da Paz em 1973. E continua a ser política e academicamente no campo das Relações Internacionais uma das personalidades mais influentes. O ano passado publicou ainda Leadership, livro muito interessante de análise de seis Chefes de Estado e de Governo, que moldaram os respectivos países e tiveram prestígio internacional determinante, após a II Guerra Mundial. Vale a pena citar as frases do início da introdução dessa obra:
Any society, whatever its political system, is perpetually in transit between a past that forms its memory and a vision of the future that inspires its evolution. Along this route, leadership is indispensable: decisions must be made, trust earned, promises kept, a way forward proposed.
Com a aproximação da estreia do filme de Ridley Scott sobre Napoleão e estando eu a ler El-Rei Junot de Raul Brandão, vejamos o que este autor diz sobre o imperador francês:
Napoleão, tenente de infantaria
"Incapaz de manobrar um regimento, conquista a Europa. Ignora a táctica; despreza a cómica manobra das antigas batalhas e emprega a estratégia. Refugia-se nos sítios românticos de Malmaison, onde, entre árvores desgrenhadas, em que não repara, porque detestou sempre a Natureza - maquina a devastação da terra, enfileirando exércitos hipotéticos e distribuindo coroas. É nessa paz esplêndida que organiza o saque da Europa.
Todos os que se lhe aproximam são concordes em afirmar que gera um poder estranho. Dele emana, realmente, nos primeiros anos de triunfo, um fluido ainda desconhecido, perante o qual todas as vontades se fundem, e que o leva de vitória em vitória, fazendo marchar para a morte aos gritos de - Viva o Imperador!- a França em peso numa só vontade.No fim da vida faz-se comilão. Engorda. Rodeia-se dum pomposo cerimonial de opereta. Parece um velho actor medíocre, pela vaidade enfermiça e pelo aspecto balofo. Afasta os que o conheceram pobre. Há nele duas figuras sobrepostas: a do instinto, o fantasma, em que a força magnética das multidões actua, e o comediante subalterno que estuda frases de efeito..."
Raul Brandão em El-Rei Junot pag 44