Cheguei ontem de uma "visita de estudo" de quatro dias ao noroeste da Roménia, organizada pelo MNE, procurando mostrar as suas diferentes características. Ao todo havia representantes de 28 países, que tiveram encontros com as autoridades locais de Cluj Napoca, Oradea, Arad e Timișoara. Ficámos a conhecer o potencial dessas cidades em termos culturais, de negócios e tecnológicos. Foi uma viagem agradável pelo convívio, pela hospitalidade, rica em conhecimentos, que não poderíamos obter sós, a explorar a região; mas também extenuante, pois os encontros sucederam-se sem descanso.
Estávamos mais perto de Budapeste, Viena ou Belgrado do que de Bucareste. Notam-se as influências arquitetónicas ao estilo do império austro-húngaro.
Viajámos de avião até Cluj Napoca e, depois, de autocarro até Timișoara, de onde regressámos a Bucareste passados quatro dias.
1º dia
Devido ao atraso do avião, o programa teve de ser encurtado e não visitámos o bonito centro histórico de Cluj Napoca.
O encontro com as autoridades locais deu-se na prestigiada Universidade Babeș-Bolyai. Gostei muito de conhecer o Presidente da Câmara Municipal, o Senhor
Emil Boc, ex-Primeiro Ministro. Estava à nossa espera no aeroporto. Falou sempre em Inglês, sem ser necessário tradução simultânea e a sua capacidade de expressão e exposição impressionaram-me, assim como os seus planos de renovação da cidade.
De seguida partimos para a fábrica Farmec, o maior produtor e exportador de produtos de beleza na Roménia. Desenvolveram a marca Gerovital, contendo uma fórmula anti-envelhecimento. E aqui se pode ver como já estou rejuvenescida...
No restaurante fomos recebidos por meninos vestidos à maneira tradicional, que nos deram as boas vindas com pão e sal, um costume da região. Depois assistimos às suas danças e cantares.
Visitámos as minas de sal de Turda. A última galeria (mina Rudolf) fica 13 andares abaixo do solo. Pode-se lá chegar de elevador.
A exploração de sal começou no século XIII. Hoje em dia é apenas uma atração turística muito visitada.
Durante a Segunda Guerra Mundial serviu de refúgio aos bombardeamentos.
Chegámos ao hotel em Băile Felix, uma estância termal, perto de Oradea, depois das 21.30h.
2º dia
Partimos para Oradea para um encontro com o presidente do distrito de Bihor. O encontro foi muito formal, com os diferentes representantes nacionais sentados numa grande mesa em forma de U e demorou cerca de 2 horas. Havia tradução simultânea para inglês.
Fomos à Câmara Municipal e ao centro histórico
As festas da cidade tinham sido há pouco tempo e ainda se mantinha um ar festivo com os principais edifícios embandeirados.
O multiculturalismo e a tolerância religiosa existentes em toda aquela região foram sempre aspectos muito focados e relevados pelos diferentes intervenientes romenos como motivo de orgulho.
E fomos recebidos em Igrejas de diferentes credos e numa Sinagoga:
A Basílica ortodoxa com lua A Igreja grego-católica
A Sinagoga
O representante da comunidade judaica entusiasmou-se tanto a falar, que o presidente da Câmara simpaticamente disse-lhe que tínhamos mais compromissos naquela manhã.
Gostei muito de visitar o complexo barroco com a sua magnífica Igreja Católica.
Almoçámos no excelente restaurante
Allegria, numa casa antiga recuperada. Seguimos para a bonita cidadela de Oradea, a terminar os trabalhos da primeira fase da sua restauração.
Ainda visitámos a universidade privada Emanuel, onde ouvimos o seu coro antes do jantar, algo tardio, no também excelente restaurante
Spoon, com comida internacional e apresentação cuidada.
3º dia
Visitámos as instalações da parte do hotel de tratamento termal e com spa e partimos para Arad. O encontro com as autoridades locais realizou-se na CM Arad, no salão Ferdinand, em honra do Rei da União. Tinha ascendência portuguesa, pois era filho da princesa Maria Antónia de Bragança.
Assistimos a um concerto no Palácio Cultural tocado pela Filarmónica de Arad com a excelente exibição de uma jovem música, de 16 anos, a tocar xilofone.
O palácio foi recuperado recentemente e talvez como prova do multiculturalismo mantém o brasão da monarquia húngara no teto. Aliás, a língua húngara é falada por muitos dos habitantes e ensinada em escolas oficiais.
Entrega de coroas no monumento a Vasile Goldiș.
Em Miniș visitámos uma pensão típica, cuja casa foi reconstruída, após a queda do comunismo.
Partimos para Păuliş. Almoçámos numa adega, onde nos ofereceram uma prova dos seus vinhos.
Saímos com destino a Radna. Aí visitámos o Mosteiro Católico Maria Radna. Já estávamos bastante atrasados e admirei-me ver as meninas com vestido tradicional ainda à nossa espera. Já fazia frio...
A igreja é lindíssima e fiquei muito comovida, quando o órgão começou a tocar ao entrarmos. Como alguém disse: parecia que os anjos tinham descido à terra.
Depois de ter visitado tantos mosteiros ortodoxos ultimamente- até digo ao meu marido a brincar que parece que vou preparar uma tese sobre o tema - soube bem estar num local mais familiar.
Pertenceu ao Império Austro-Húngaro, até ao final da I Guerra Mundial. A sua fama ultrapassa as fronteiras, pois fazem-se peregrinações anuais, no dia 15 de agosto.
No refeitório foi servido chá e gostei de ver as mesas muito bem decoradas e com guloseimas caseiras.
O padre disse que também tinham estado ali o Imperador José II e o Arquiduque Francisco Fernando.
Na despedida afirmou ter sido uma honra receber-nos e esperava o nosso regresso, palavras, aliás amavelmente repetidas pelas autoridades e representantes das diferentes instituições contatadas...Nós é que estávamos agradecidos com tamanha demonstração de hospitalidade.
Partimos para Timișoara, onde foi servido um jantar buffet às 21.30h, mas estava já muito cansada e preferi ficar a descansar.
4º dia
Partimos do hotel histórico Timișoara para uma reunião
com as autoridades locais.
Havia na sede do distrito de Timiș, onde decorreu aquele encontro, uma pequena exposição de produtos locais
Visitámos, de seguida, o centro de investigação de cancro ONCOGEN. Mais uma vez estava representado ao mais alto nível, incluindo professores e investigadores.
Partimos para Recaș e almoçámos numa propriedade vinícola, onde nos ofereceram mais uma prova de vinhos e antes assistimos a atuação do grupo folclórico local. Dancei um pouco também, quando vieram convidar o público a participar.
E fomos para Timișoara, pois já se fazia tarde. Assistimos a um pequeno concerto na sala barroca do Museu de Arte. Antes de anoitecer, consegui ainda tirar algumas fotos do bonito e recuperado centro histórico, onde decorrerão 10 encontros internacionais no âmbito da presidência romena da União Europeia, no próximo ano e, em 2021, será capital europeia da Cultura.
Infelizmente não houve tempo para visitar a catedral, pois estava na hora de partir para o aeroporto, mas guardo a oferta de uma bonita reprodução.
Gostei muito do centro histórico. Tenho de voltar a Timișoara para a conhecer melhor.
Hoje fiquei em casa a rever o passeio, pondo em ordem as fotos e publicando este post. Pela primeira vez, desde a chegada no ano passado, não acompanhei o meu marido ao Dia da Áustria. Interessante, a Hungria e a república Checa também celebram os seus dias nacionais esta semana; porém tenho de curar a constipação para poder gozar os netos, a partir do próximo sábado.