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segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Artigo sobre Catarina de Bragança




Na semana que estive em Lisboa li a revista Visão com uma chamada de atenção para a única Portuguesa, que foi Rainha de Inglaterra. Não apreciei o estilo da escrita: 

" as pessoas falavam, uma estranha língua formada por palavras curtas e sincopadas, por vogais nasaladas e como que carregadas de espanto e ironia.... a caminho de Londres, em pesadas carruagens de cavalos, que sulcavam estradas brancas, lançadas através de colinas suaves e muito verdes. A jovem pôde assim verificar que o país era bonito, com casinhas de pedra e de tijolo que pareciam feitas de chocolate".

"o facto de se ter casado com o rei de Inglaterra sem nunca antes o ter visto não espanta, pois era essa, durante séculos, a prática corrente, entre famílias reais. Podemos considerar, isso sim, que o matrimónio nestas circunstâncias era uma espécie de lotaria, mas em boa verdade, acaba por sê-lo em qualquer contexto"....


Medalhões Catarina de Bragança/Carlos II
Atribuídos a Robert Town Inglaterra, ca.1756-1767
Museu Medeiros e Almeida

Sugiro aos interessados em Catarina de Bragança que em vez de lerem baboseiradas vão ao Museu Medeiros e Almeida, onde estão bonitas peças, que pertenceram à Rainha, assim como à Quinta da Bacalhoa (encontram também um vinho com o seu nome).




Se o artigo sobre Catarina não me entusiasmou, o de Bárbara de Bragança (1711-1758) entristeceu-me, pois contém erros. Confundem Bárbara de Bragança com Isabel de Bragança (1797-1818) Talvez se deva ao facto de serem ambas filhas de Joões e casadas com Fernandos... Lamentável..






Três Ilustres Princesas de Portugal de nome ISABEL

Tea Time - Uma pausa para o chá

domingo, 30 de agosto de 2020

Livro de Cristina Bolcaş


Foto de 2019- Dia de Portugal

A Doutora Cristina Bolcaş, que muito estimamos, publicou este livro recentemente. Dá assim continuidade ao seu trabalho académico, enquanto professora na Universidade de Bucareste. 

Muitos parabéns e obrigada pela dedicatória tão simpática.


sábado, 29 de agosto de 2020

Pub Quiz 4


Na semana que Sean Connery fez 90 anos, o tema da equipa de Lisboa para o quiz  é 007. Será coincidência? Estive a reler os meus posts sobre o tema:

http://relvateresa.blogspot.com/2012/10/50-years-of-james-bond-films.html

http://relvateresa.blogspot.com/2013/09/a-new-james-bond-novel.html


Aprendi num sítio sobre os hoteis Bond, que o excelente hotel, onde estivemos hospedados em Tóquio, o New Otani, foi a sede de Osato Chemicals em "You Only Live Twice"(1967).

O meu James Bond não quis ficar na foto

Tema: 007

1- Quantos actores desempenharam o papel de James Bond?

2- Quantos actores desempenharam o papel da personagem M?

3- Qual a única Bond Girl a aparecer em 2 filmes do James Bond?

4- O que significa SPECTRE?

5- Nomeia um filme em que o Sheriff J.W. Pepper apareceu.

6- Quem é o amigo e aliado do James Bond, que trabalha para a CIA e aparece em 6 dos romances de Ian Fleming?

7- O Vesper Martini foi inventado por Bond. Como era composto?

8- Que actor retrata um James Bond não fumador?

9- Nomeia 2 Bond Girls

10Qual o filme que ganhou Oscares da Academia?


Soluções:

1- 7 (David Niven, Sean Connery, George Lazenby, Roger Moore; Timothy Dalton, Pierce Brosnan, Daniel Craig)
2- 6 
3- A personagem Sylvia Trench interpretado pela atriz Eunice Grayson aparece no primeiro filme Dr. No e também em From Russia with Love.
4- Special Executive for Counter-Intelligence, Terrorism, Revenge and Extortion
5- Live and Let Die / The Man with the Golden Gun
6- Felix Leiter
8- Daniel Craig
10- Skyfall (melhor canção- Adele) e Best Sound Editing



A equipa de Coimbra preparou Imagens de pessoas famosas e a de Bucareste Viagens nos Livros

Tema: Imagens de Pessoas Famosas:

1

3

2

4



5
6

7
8
10
9



























O tema bem podia ter sido " Pedros de Portugal"

Soluções:

1. D. Pedro I
2. Pedro Escobar
3. Pedro Proença
4. Pedro Sousa
5. Pedro Mourinho
6. Pedro Lamy
7. Pedro Álvares Cabral
8. Infante Dom Pedro, Duque de Coimbra
9. Pedro Nunes
10. Pedro Abrunhosa

Tema: Viagens nos Livros

1-Como se chama o autor do livro de viagens mais influente da Idade Média?

2- Qual o nome da obra do conselheiro de Henrique VIII condenado à morte?

3- Qual é a obra da literatura clássica que foi uma inspiração para Camões escrever Os Lusiadas?

4-  Quem escreveu a obra A Peregrinação?

5- Qual é a obra publicada em 1846 e o seu autor, que tem uma personagem chamada Joaninha?

6- Qual é a obra mais famosa de Daniel Defoe?

7- Qual é o autor do romance Os Filhos do Capitão Grant publicado em 1867/8?

8- Qual era o verdadeiro nome de Mark Twain?

9- Qual é o autor dos romances sobre as aventuras de Hornblower?

10 Qual foi o autor do romance Lord Jim?


Soluções:
1- Marco Polo; 2-A Utopia de Thomas More (1516); 3- Eneida de Vírgilio; 4- Fernão Mendes Pinto; 5-Viagens na Minha Terra de Almeida Garrett; 6- Robinson Crusoe; 7- Júlio Verne; 8- Samuel Langhorne Clemens; 9- C. S. Forester (pseudónimo de Cecil Louis Troughton Smith); 10- Joseph Conrad.


A Turtle House dos meus netos...


já tem número...



Como os retratos enganam

Henry VIII

Anne of Cleves

Thomas Cromwell

Henrique VIII procurou de forma incessante  uma mulher que lhe desse um herdeiro masculino e por isso "livrou-se" de Catarina de Aragão e de Ana Bolena. A sua terceira mulher, Jane Seymour, morreu pouco depois de lhe dar o único filho varão (o futuro Eduardo VI que só viveu até aos 15 anos). A procura de noiva começou logo após ter enviuvado e foi o prestigiado Thomas Cromwell a liderar essa pesquisa.

Cromwell teve uma infância infeliz com um pai que o maltratava. Quando decidiu escapar desse ambiente levou uma vida de aventura na Europa, onde foi soldado, banqueiro e finalmente advogado em Londres, onde conheceu e se juntou ao Cardeal Thomas Wolsey, figura proeminente na corte de Henrique VIII. Todavia, o cardeal ao não conseguir a anulação do casamento do rei com Catarina de Aragão junto do Papa, viu os seus cargos e poderes retirados, assim como as suas extensas propriedades. Cromwell, que se tinha tornado secretário pessoal do cardeal, ocupou então o importante  lugar de Wolsey junto ao rei, tornando-se um dos seus principais conselheiros. Assim e depois da morte da rainha Jane Seymour e em posição cada vez mais influente na Corte foi incumbido pelo rei de encontrar, em segredo, uma nova noiva, que o rei só  aprovaria depois de ver o seu retrato.

Cromwell considerou que uma aliança com uma potência protestante seria ideal e tratou de convencer o rei que Anne of Cleves seria a escolha perfeita, pois o irmão estava, na altura, entre os mais importantes líderes dos protestantes alemães. No entanto, tudo correu mal para Cromwell, quando o rei  conheceu a noiva pessoalmente. O seu retrato, superava a modelo em atributos físicos. Ana não era uma mulher bonita e tinha a cara coberta de cicatrizes de varíola, disfarçadas na pintura. Além disso não era estudiosa nem namoradeira, qualidades que o rei apreciava. Não tinha interesse por livros nem por música, um problema já que o rei era culturalmente sofisticado. Apesar de se ter casado, o casamento não foi consumado e anulado seis meses mais tarde. 
As coisas foram de mal a pior para Cromwell, que foi condenado por traição e decapitado na Torre de Londres em 1540, no mesmo dia, que o rei casou com Catarina Howard, dama de companhia de Anne of Cleves. Mas esta quinta mulher teve pior sorte que a quarta, porque Henrique VIII ao saber que Catarina não era virgem, fez aprovar uma lei que considerava traição uma mulher que casasse com o rei nessas condições, pelo que dois dias depois foi decapitada...

As três pinturas acima apresentadas de Henrique VIII, Anne of Cleves e Cromwell são da autoria de Hans Holbein, o Jovem (1497/8- 1543), um dos mestres do retrato do Renascimento. Henrique VIII foi o seu principal mecenas e o pintor mudou-se para Londres, onde morreu. Quem olha para os retratos não imagina aqueles trágicos dramas em que as personagens estiveram envolvidas. O primeiro, o rei Henrique VIII, quando conheceu a mulher retratada já não teria aquele aspecto imponente, pois engordara muito e sofria de várias doenças. Por outro lado, ela seria bastante mais feia do que o representado. Quanto a Cromwell, que se apresenta com um ar severo e poderoso, o casamento entre os dois primeiros irá  levá-lo ao cadafalso...

Em busca daquelas três famosas personagens inglesas, encontrei os seus magníficos retratos, pois estou a ler Wolf Hall o primeiro volume da trilogia de Hilary Mantel sobre essa época.

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Trabalhos em petit point



Gosto muito de bordar em lã, sobretudo para fazer pequenos tapetes de Arraiolos. No entanto, quando comecei a bordar, por influência da minha mãe e da Gabriela Oliveira, uma vizinha amiga que morreu o mês passado, foi em petit point, como o nome indica, um trabalho mais difícil e que requer mais paciência, porque o ponto tem de ficar todo igual. É bordado na diagonal, com a agulha a apontar para baixo ou de lado, conforme as carreiras. 

A minha mãe não gostava de me ver sem fazer nada, portanto, nas férias arranjou-me o meu primeiro trabalho, que pagou e eu apliquei no exame de Cambridge. Foram os estofos para as novas cadeiras de casa de jantar, que mandou fazer. Ainda vieram para Lisboa, em 1976, mas depois estragaram-se. Guardo uma almofada feita de um dos estofos, ainda em condições.



Quando casei a Gabriela ofereceu-me uma tela pré-bordada,  para o estofo de uma cadeira, que eu preenchi o fundo e mandei aplicar em Ancara numa cadeira comprada de propósito para o efeito.



Quando fui viver para a Turquia tive necessidade de ter uma casa de jantar mais formal com 12 cadeiras. Nessa altura já não tive tempo de preencher os fundos. A tela bordada em petit point veio completa da Madeira e só tive de mandar fazer os cochins....






Tenho muito orgulho nestas cadeiras "austriacas" (eram assim chamadas), que pertenciam à minha avó Rosa (1883-1967). As almofadas em petit point são muito mais recentes do que as cadeiras já centenárias.


Só na Madeira é que fiz estes trabalhos. Os dois quadros de flores foram também uma oferta, que vinha com o desenho marcado: um estampado e o outro com o desenho traçado com a própria lã. Na Madeira vendiam-se muito estas telas para serem preenchidas e os estrangeiros apreciavam muito. Até os homens compravam, pois diziam ser um bom exercício para o reumatismo...


Este quadro fiz para o meu primeiro sobrinho, que nasceu em 1977





Fiz também umas almofadas em needlepoint, muito mais fácil. Essas ainda uso na minha casa.


Tenho outros trabalhos em petit point, mas esses foram oferecidos já prontos (eu também não conseguiria fazer as caras, com o ponto extra-pequeno).



Aprecio muito os trabalhos manuais. Nunca consegui foi aprender a bordar bordado Madeira, mas tenho bonitas toalhas e jogos individuais, que por serem dificeis de engomar, não utilizo com muita frequéncia. 



quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Dia Nacional do Cão

Resisti sempre a  oferecer aos meus filhos um cão, porque vivo num apartamento, mas os meus netos têm a sorte de ter uma simpática cadela chamada Gaia, que é muito amiga deles. E que saudades o meu neto mais novo tinha dela...


A Carmo também arranjou uma amiga...


terça-feira, 25 de agosto de 2020

O incêndio da minha infância em 1965

Em 25 de agosto de 1988, deu-se o terrível Incêndio do Chiado, que os meus filhos recordam pelas fotografias da altura...

Lembro-me  ainda de um grande incêndio no Funchal, Madeira, quando era criança e que se julgava ser no Engenho do Hinton. Apesar da distância, da janela do meu quarto o cenário era medonho, devido às labaredas assustadoras. Não sei se eram só para os meus olhos de criança, ou se teria hoje  a mesma sensação de terror. De qualquer modo os adultos estavam preocupados, pois se fosse no engenho a possibilidade de explosões seria grande, assim como se fosse nos armazéns de vimes, propriedade da mesma família.



Os engenhos passaram a ser utilizados no final do século XIX, quando houve necessidade de desativar os antigos e produzir açúcar de maneira industrial, moderna, transformando a cana-de-açúcar em açúcar, melaço, aguardente de cana e etanol.




William Hinton (1817-1904) fixou-se na ilha em 1838 atraído, tal como outros britânicos  ali residentes, pelo seu clima ameno.








Em 1856, foi fundada por William Hinton & C.A. a Fábrica do Torreão, com a introdução da mais avançada tecnologia  e tornou-se referência internacional no ramo. Encerrou em 1986.




Em 2004, nos terrenos do antigo engenho foram inaugurados os Jardins de Santa Luzia. Em memória do período histórico de laboração do engenho ficaram expostas ao público a chaminé da antiga fábrica e as rodas metálicas.



2020


The Language Nerds

domingo, 23 de agosto de 2020

Uma Semana em Lisboa

O ano passado fui de Bucareste a Lisboa à festa de aniversário da minha prima Ângela. Este ano não podia faltar aos anos da minha irmã.
Uma semana passa num instante.
No dia da chegada, os meus filhos, netos e avós jantaram na casa da minha filha. Ainda estavam entusiasmados com o parque dos dinossauros, em Caldas da Rainha que visitaram nesse dia. Pelas fotos, pareceu-me interessante e engraçado.


Entreguei dois tapetes arraoiolos para o meu quarto para serem feitas as bainhas (estou a fazer outros dois), fomos ao Oceanário, que não visitava, há muitos anos e tivemos sorte em conseguir bilhetes. Estava um dia cinzento e chuvoso e muitas pessoas tiveram a mesma ideia. Havia uma grande fila à porta, mas como comprámos os bilhetes online, foi rápido o acesso.

















Devido à chuva foi cancelado o concerto no novo espaço ao ar livre em Lisboa: A Casa do Capitão


Antestreia da Casa do Capitão

Tinha pensado ir ao Meco, uma praia que gosto muito, mas o tempo incerto e a dificuldade de marcar mesa para um restaurante fez-nos mudar de ideia. A Costa da Caparica foi outra opção, porém ainda me recordo de ter demorado 2 horas a sair do parque de estacionamento de uma das praias mais distantes do centro, quando levei os sogros do meu filho de visita a Lisboa; e assim acabámos pela solução mais "caseira": a praia da Torre, a 10 m de casa.









Regressei a Bucareste esta madrugada.

Uma semana passa tão depressa...