A minha Lista de blogues

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Harold Macmillan (1894-1986)


Quem foi Harold Macmillan, muitas vezes caricaturizado como "Supermac"?



Harold Macmillan nasceu no dia 10 de fevereiro de 1894. Filho do herdeiro da editora Macmillan, seguiu o percurso conservador "Eton, Oxford e os Guards”, frequentando uma das mais caras escolas do Reino Unido, a universidade de Oxford (Balliol College) e o clube elitista para oficiais.



Serviu nas duas guerras mundiais. Em 1916, foi ferido na batalha de Somme e fingiu estar morto. Escondeu-se e permaneceu ferido durante 10 horas, consolando-se com a leitura de Ésquilo, no grego original. Como consequência dos seus ferimentos passou a coxear um pouco para o resto da vida.

Nos anos 30, como membro do Parlamento por Stockton, uma zona desfavorecida do norte de Inglaterra, testemunhou pobreza e miséria provocadas pelo desemprego e decidiu procurar soluções para aquela situação. Apesar de saber do caso amoroso da mulher com um colega de partido, até à morte dela aos 65 anos, nunca pediu o divórcio.

Subiu aos poucos na hierarquia do partido conservador e depois da vitória eleitoral de 1951, foi  Secretário de Estado da Habitação, da Defesa, Ministro dos Negócios Estrangeiros e das Finanças. Finalmente, em 1957, foi eleito  Primeiro Ministro para liderar um país desmoralizado. Foi o último Primeiro Ministro britânico nascido ainda no reinado da Rainha Vitória e o terceiro, entre 1957 e 1963, da Rainha Isabel II,  a qual, nos seus longos anos de reinado, já teve 15 Primeiros Ministros (o primeiro foi Winston Churchill).

Ao nível de política interna transformou, melhorando o nível de vida dos trabalhadores, dizendo-lhe que nunca tinham vivido tão bem, motivo pelo qual foi reeleito com maioria. Mais tarde vai defender estes homens que lutaram contra o nazismo, sem nunca desistir, contra as politicas de Margaret Thatcher, sua companheira de partido, o que valeu que tivesse o seu retrato suspenso por algum tempo da parede de 10 Downing Street.

Harold Macmillan afastou inequivocamente o Reino Unido da política do apartheid ao proferir o famoso discurso "Ventos da Mudança" em 1960, na África do Sul: "O vento da mudança está a soprar por todo este continente. Se gostamos ou não, o aumento da consciência nacional é um facto político". O processo de descolonização foi acelerado e, internacionalmente, esteve também envolvido no Tratado de Interdição de Testes Nucleares.

Tornou-se amigo do presidente americano J. F. Kennedy e da sua mulher Jackie, que continuou a escrever-lhe longas cartas até a morte de Harold Macmillan, aos 92 anos de idade. 

Em 1963, viu com desagrado o Presidente francês Charles de Gaulle vetar a entrada do Reino Unido na Comunidade Económica Europeia. No mesmo ano, após o escândalo Profumo de espionagem, envolvendo um ministro do seu governo, pediu a demissão. Assumiu o cargo de presidente da editora familiar, até ao fim da sua vida. 

Macmillan tornou-se conde de Stockton em 1984 e morreu em 1986. Representava o que havia de melhor  na vida politica britânica, mais imaginativo e de vistas largas do que a maioria da sua geração, com o seu sentido de decência, tolerância  e contrário ao puritanismo e hipocrisia, afirmaram muitos historiadores.


Sem comentários:

Enviar um comentário