No dia 7 de abril, quando se comemora os 132 anos do nascimento de Almada Negreiros (1893-1970) foi inaugurado o Centro Interpretativo Murais de Almada nas Gares Marítimas, um espaço dedicado aos espetaculares painéis que o artista criou e executou para a Gare Marítima de Alcântara e a Gare da Rocha do Conde de Óbidos. Este novo museu em Lisboa conta a história das pinturas, o contexto da sua execução na década de 1940, a vida de Almada, os seus trabalhos em Lisboa através de videos com documentários específicos e também alguma história de quem passou por estas gares, na segunda metade do século XX. De facto é um percurso muito interessante por nove salas no piso térreo da gare de Alcântara, seguido pelas visitas imprescindíveis aos segundos pisos, onde estão os painéis nas duas docas. Um transporte gratuito a partir da gare de Alcântara leva os visitantes às duas gares, numa distância de 800 metros.
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sábado, 12 de abril de 2025
Os Murais de Almada nas Gares Marítimas
As docas foram desenhadas pelo arquiteto Porfírio Pardal Monteiro
Quando Almada Negreiros recebeu a encomenda dos painéis já tinha trabalhado com o arquiteto Pardal Monteiro em dois outros projetos: a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, na Avenida de Berna e o edifício do Diário de Notícias na Avenida da Liberdade.
As gares foram construídas para acolher grandes navios de passageiros. A sua construção esteve prevista para a década de 1930, mas dificuldades atrasaram a obra, que se julgava pronta para acolher a Exposição do Mundo Português de 1940, o que não veio a acontecer. A doca de Alcântara foi inaugurada em 1943 e a da Rocha do Conde de Óbidos em 1948. Almada terminou os painéis em 1945 e 1949. Os temas retratados naquelas obras monumentais causaram algum desconforto às autoridades, pois Almada escolheu não os heróis celebrados pela ditadura, mas figuras pobres de marinheiros e população da zona ribeirinha.
Gare de Alcântara:
Gare da Rocha Conde de Óbidos:
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